Ontem à noite decidi localizar M1 de qualquer forma. No ultimo log. que apresentei (veja aqui) conto como fracassei miseravelmente na localização destes resquícios de Super Nova.
M 1 é bem tênue e apesar da enganadora magnitude de 8.4 é um alvo difícil em condições abaixo de ideais.
Assim sendo deixei que meus olhos se acostumassem bem à escuridão e tentei evitar todos os focos de Luz que poderia danificar minha visão noturna.
Como de habito comecei regulando as minhas buscadoras e as ajustando da melhor forma possível. Utilizo sempre duas buscadoras. Uma de L.E.D. e minha cara 10x50mm. Com a primeira chego bem perto e com a segunda navego com mais precisão.
Localizo Zeta Tauri. Abro o Sky Atlas 2000.00 (do Will Tyrion) no mapa mais adequado e começo a procura. O problema é que não é possível avistar o menor indicio da nébula pela buscadora. Desta forma me resta centralizar em Zeta utilizando a minha ocular de 25 mm Wide angle e escanear a área que o mapa me indica.
Não chega a demorar. M1 é próxima a Zeta mas nem tão próxima quanto poderia parecer pelo meu mapa. Com o uso de visão periférica percebo a nébula pela ocular. Conforme vou me adaptando a nebulosidade se torna mais clara. É muito tênue. Cobre uma área considerável do centro da ocular. Substituo a 25 mm por uma 17 mm. Percebem-se mais claramente os contornos da Nebulosa. Somente isto. Não percebo estrutura de espécie alguma. Fico olhando e resolvo tentar a 10 mm. A imagem fica mais escura e difícil de perceber. O melhor resultado foi com a 17 mm.
M 1 é chamada pelo apelido de Nebulosa do caranguejo . O formato é bastante obvio. Descoberta em 1731 por John Bevis esta nebulosa é fruto de uma explosão de Super Nova.
Esta foi registrada por astrônomos chineses no ano de 1054 A.D..
Charles Messier inaugura seu catalogo ao redescobrir esta nébula enquanto procurava pelo retorno do Cometa de Halley em 1758. Esta foi a primeira entrada de seu catalogo de objetos que não deveriam ser confundidos com cometas. De fato a nebulosa lembra muito um cometa sem cauda.
Esta localizada há 6300 anos luz da Terra.
No seu coração pulsar uma estrela de Nêutrons. A nébula consiste do material ejetado pela Supernova, tem cerca de 10 anos luz de diâmetro e esta se expandindo a cerca de 1800 km/s.
M1 é enganadoramente fácil de localizar. A menos que você possua um “céu de cristal” ela não será percebida com sua buscadora ou binóculo 10X50. Você deve já estar com os olhos bem adaptados. A nebulosa se expande muito rapidamente e vai se tornando cada vez mais tênue. Quando Messier a inclui em seu catalogo ela era consideravelmente mais brilhante.
Um belo objeto que apresenta grande valor para cosmologia. Em seu interior está o primeiro pulsar identificado. É a estrela de nêutron que restou da Super Nova de 1054. Ela emite 100.000 vezes mais energia que nosso sol e possui tamanha densidade que toda matéria presente em nosso sol esta comprimida em uma área pouco maior que o Leblon. Esta energia é que ilumina . a nebulosa.
Bons céus
M 1 esta indicada pela seta colorida.(clique para ampliar)
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