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terça-feira, 31 de julho de 2012

Observando Messier : M 69


M 69 (cred : Hubble ) 


Para localizar M69 dirija-se até Sagitário.  A constelação é mais facilmente reconhecida pelo asterismo do “Bule”. Este é facilmente percebido no horizonte sul, a leste da cauda do Escorpião. Uma vez lá dirija a buscadora para Kaus Australis, a estrela mais a sudoeste do asterismo.  Brilhando com Magnitude 1.7 esta será facilmente localizada mesmo em locais de grande poluição luminosa.

Uma vez com a buscadora centralizada em Kaus Australis você irá perceber claramente uma dupla de estrelas mais brilhantes (ao redor de 5ª mag.) no campo. São respectivamente HIP 90763A e HIP 91014. Dirija-se para HIP 90763A (a mais a oeste) e com esta centrada na buscadora e utilizando sua ocular de maior campo de visão olhe pelo telescópio.  M69 não é obvio na buscadora, mas junto a ocular será facilmente percebido próximo a HIP 90763ª.
A menos de 0,5º da estrela M 69  revelará sua natureza para qualquer telescópio com mais de 60 mm .  Mas não se engane : M69 é um dos mais fracos Globulares do catalogo Messier e será difícil de se perceber na presença de poluição luminosa.


M69 brilha com magnitude 7.7 e é  percebido com pequenos telescópios e resolvido parcialmente com aparelhos a partir de  150 mm. Com um diâmetro aparente de 7´ em fotografias e com apenas 3´ visualmente.
 Ele é pequeno porém  possível de ser percebido com binóculos de 10X50. Mas requer atenção para não ser confundido com uma estrela de campo se utilizando as pequenas magnificações comuns a binóculos.
M69 é um Aglomerado Globular e foi descoberto por Messier em 31 de agosto de 1780. Na mesma noite ele também inclui M70 em seu catalogo.

Messier localizou M69 enquanto tentava confirmar uma nebulosa avistada por Lacaille e descrita em seu catalogo como Lac I 11. É pouco provável que Lacaille tenha conseguido avistar M69 com seus modestos telescópios e este é significativamente mais tênue que outros objetos descritos no catalogo do abade. Na realidade a entrada de Lacaille se encontra distante de M 69 e lá se encontra um pequeno asterismo de 3 estrelas que poderiam ser facilmente confundidas com uma nebulosa nas modestas lunetas utilizadas por Lacaille.  
M69 se encontra há aproximadamente 29.700 anos luz da Terra.
Sua densidade é razoável atingindo a Classe V na escala de Shapley.
O aglomerado se encontra a apenas 6.200 anos luz do centro da galáxia .
É um dos Globulares com maior índice de metalicidade conhecidos e isto pode indicar que se trata de um globular mais jovem do que a média.  
Próximo a M69 podem-se encontrar M 70 e Ngc 6652. Ambos globulares também ao alcance de pequenos telescópios.
  

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Observando Messier: M54 o primeiro aglomerado extragaláctico.


M54 ( cred. 2MASS)


Recentemente observei M 54 pela primeiravez
Não é um alvo exatamente difícil.
Para localizar M 54 primeiro localize o Bule. Este nada mais é que a visualização “mais evidente” da conhecida constelação de Sagitário.  Não é difícil perceber o Bule no horizonte sul. Ele esta seguindo a obvia cauda do Escorpião. Sempre a Leste da cauda do Escorpião. 

            Depois de localizar Sagitário dirija sua Buscadora para Ascella(Zeta Sag), a brilhante estrela que marca o canto sudeste na base do Bule. É uma estrela brilhante (mag. 3.2) percebida até mesmo em ambientes urbanos.
 Centralize a Buscadora na estrela e com sua ocular wide field passe para o telescópio.
Com uma ocular de 25 mm meu telescópio encontra M54 no extremo noroeste da mesma.
 Uma rápida escaneada a partir de Ascella vai levar você até M54. Na pratica deixe Ascella no canto leste da sua ocular wide field e desloque cerca de um campo ocular (+-1,3º) para o norte (ou “para cima”) que M54 vai aparecer na ocular. Gire o mapa celeste até este “se casar” com o que você vê no céu e será fácil calcular a direção do movimento...
O Globular vai se apresentar como uma pequena mancha e não se resolve em nenhum telescópio com menos de 350 mm de diâmetro. Sua grande distancia da terra (87.400 AL) contribui  muito para isto.  Ainda trata-se de um Globular extremamente denso (Classe III na escala Shapley).  Ele brilha com uma magnitude aparente de 7.7 o que faz dele o mais brilhante membro dos globulares Messier na base do Bule. Os outros dois são M69 e M 70.
Pequenas lunetas e binóculos podem confundi-lo com uma estrela.
Agora vem a parte mais interessante sobre o que estamos observando.
M54 não pertence exatamente à Via Láctea. Ele se encontra em uma pequena galáxia satélite a nossa que responde pelo explicativo nome de Galáxia Anã Elíptica de Sagitário.  
Esta descoberta ocorreu apenas em 1994 quando a distancia até o aglomerado foi medida com maior precisão. Esta é a mesma da galáxia supracitada e ambos se afastam com a mesma velocidade (142 km/s) de nosso sistema solar.  Isto faz de M54 um dos globulares mais brilhantes em termos absolutos (sua luminosidade equivale a 850.000 vezes aquela do sol), perdendo apenas para o gigante Omega Centauro.
Tudo isto faz dele o primeiro aglomerado extragaláctico descoberto ainda que tenham se passado 200 anos entre sua descoberta (um Messier original registrado por Charles em 25 de julho de 1778) e este fato se fazer publico.  
A pequena galaxia possui ainda mais três globulares conhecidos. Terzan 7 , Terzan 8 e Arp 2. Nem de longe ao alcance de telescópios amadores...
"By the way" M54 tem aproximadamente 13 bilhões de anos desde sua" fundação"...
É bom lembrar que hoje fazem exatamente 234 anos desde seu primeiro registro por Messier...
Uma curiosidade : existem aglomerados globulares mais distantes e que são membros da Via Láctea.  São eles Ngc 2419 e Ngc 7006

terça-feira, 24 de julho de 2012

Observando de Ouvido e com Partitura.



Depois de algum tempo sem me dedicar a nobre arte da observação astronômica (com a exceção de alguns rápidos passeios binoculares) estava de volta a carga e à meu velho conhecido : o  céu mais escuro da Armação dos Buzios.
 Desta vez com um projeto novo. 
Como iria com toda a família e com o veiculo abarrotado decidi ressuscitar meu bom e velho refrator : Galileo.
Mas com novos trejeitos.
Minha ideia parecia muito boa. Levo o meu velho Celestron 70 mm, mas levo também a montagem EQ-3. Com o pequeno telescópio ela vai ser mais estável que um Kart.
Eu que aprendi a observar naquele modesto telescópio galileano em uma montagem que tremia mais que bambu verde em noite de temporal realmente achei que houve uma grande melhora. E outra grande vantagem é que o peso do conjunto realmente se tornou muito menor. O telescópio é muito mais leve e maleável que o “Newton” (150 mm) e a necessidade de contrapeso também se torna menor. 
E apesar das controvérsias que meu argumento possa causar um quilo de chumbo a menos é muito peso a menos. E foi mais de um kilo a menos...

O dove tail mais barato do mundo
Montar o velho Galileu na “nova” montagem foi bem simples. Um projeto que apesar de um pouco tosco revelou-se extremamente funcional e, sobretudo (mantendo a tradição) bem barato. Uma rápida visita a madeireira próxima a casa, uma passagem na vidraçaria, um pouco de simpatia e um rolo de gaffer tape e pronto. Uma sobra de esquadria de alumínio e um pedaço de sarrafo de madeira e eis pronto o Dove Tail mais barato do mundo. Custo Zero.
Tá lá o telescópio sentado na EQ-3.
Como sempre gosto de recordar a presença de outros humanos me atrapalha(uns mais e outros menos)  barbaramente na observação. Pessoas sempre querem luzes acesas e afins. E eu, do contra, não.
Agora em uma casa cheia  e com uma moqueca sendo preparada pela cunhada começamos a “astronomia de guerrilha”. Luzes acesas em todas as direções e pessoa passando para lá e para cá e eu tentando apresentar alguma coisa para “o mais interessado”. Um sobrinho de 13 anos de minha cunhada estava disposto a ver Saturno.
Em um voo as cegas, onde até mesmo para se perceber a cruzeta da buscadora era necessário se fantasiar de lambe-lambe,  eu consigo alinhar e colocar o Senhor dos Anéis na ocular.
 É infalível. Forma-se fila e todos visitam o planeta. " Uau!!!" pra lá e pra cá...
Com o som rolando AC/DC no ultimo furo eu continuo fazendo meu tradicional tour de Ouvido (sem cartas, Stellarium e afins.)  Numa rápida sucessão apresento os clássicos da guerrilha. Caixa de Joias, M7 e M6. Ainda de ouvido apresento os aglomerados próximos a Zeta Scorpio (Ngc 6231, 6232 e outras entradas mais obscuras do New General Catalog...). São clássicos eternos que vou visitar para sempre. Assim como o som que vai nas pick ups. Se sucedem Pearl Jam, Aretha Franklin e outro mais. Realmente não parece uma sessão de observação e assim que a moqueca fica pronta se suspendem os trabalhos.
Depois de cumprir minhas obrigações paternas e levar as crianças para passear a 10 metros do chão em um circuito de arvorismo (um esporte que apesar do nome é praticado,no mais das vezes, sobre cabos de aço ligado por postes...) eu me vejo em condições de tentar algo um pouco mais elaborado.
O povo todo se animou a ver um show que aconteceria na praça da cidade e eu e o “mais interessado” damos um perdido e retornamos para casa. A banda “Casuarina” não entra no hall dos gigantes já citados dentro de minha humilde e solitária opinião. E Graças a isto consigo finalmente ter o telescópio montado no quintal dos fundos e a maioria das luzes da casa apagadas. Os postes da rua são um projeto que venho elaborando há algum tempo e talvez um dia consiga me livrar de pelo menos um deles...
Como eu não conto nem debaixo de  tortura.
No quintal dos fundos agora se encontram eu, o sobrinho e meu irmão (que tinha dado o perdido antes do arvorismo) com o telescópio apontado, ainda de ouvido, para M4. O Globular próximo a Antares se apresenta discreto. Seu formato meio fora de esquadro é inconfundível. O sobrinho se mostra fascinado com as histórias que conto. Parece que teremos mais um amador no Maranhão. O fato de ser o segundo (provavelmente) globular mais próximo da Terra parece ser relevante para o jovem. Junto com aglomerados abertos, Saturno e algumas duplas o garoto estava fisgado.
Com Sagitário ainda em posição muito incomoda resolvo fazer uma visita breve ao horizonte norte.
Albireo (ß Cygnus) é provavelmente a minha dupla favorita. E um alvo fácil para pequeno refrator. Divide-se facilmente com pequenos aumentos ( hoje 36x) e toda vez eu percebo colorações levemente diferentes. Hoje ela estava laranja (primaria) e “quase verde” (secundaria). O calouro ficou boquiaberto. Nunca ouviu (ou viu.) falar de estrela verde.
Na verdade é possível que não existam estrelas verdes de fato. E o contraste entre as componentes preguem uma peça no ingênuo cérebro humano. Mas eu mesmo já vi outras estrelas verdes. 
No ló creo en Brujas. Mas que las hay las hay...
Decidido a testar o seeing e o meu velho telescópio continuo navegando nas águas do Triangulo de Inverno (Asterismo formado pelas estrelas Altair, Vega e Deneb) e me dirijo para Vega.
A partir da brilhante estrela se percebe facilmente a dupla Épsilon Lyra No mesmo campo de buscadora. Já na ocular tente dividir suas componentes mais uma vez. È um bom teste tanto para o modesto telescópio como para a estabilidade da atmosfera. Com 90x divido um dos membros. Mas o outro se recusa. A “Dupla –Dupla “ na se rende tão facilmente . Meto uma Barlow 2x no conjunto da obra e acredito que em alguns momentos separo todos os componentes, depois já acho que não, e depois acho que sim de novo...
A estrela épsilon da harpa é sempre diversão garantida.
Agora chegou a vez de Sagitário. Ainda tocando de ouvido apresento M8 para meu amiguinho. O Aglomerado aberto é bem visível. A nebulosa requer um pouco de averted vision. Enquanto tento explicar a técnica começo aperceber mais e mais nebulosidade na estrutura.
Dali resolvo apresentar um globular mais impressionante e rapidamente estou em M22.
Este é um globular de outro naipe. Considero ele parte da trindade dos aglomerados. Junto com Omega centauro e Tuc 30.
O tão cantado M 13 fica no chinelo. Cheira-me a premio de consolação dos amigos boreais...
O próximo alvo se recusa a sair de ouvido. E então pego as partituras. Na verdade apenas ligo o computador e traço uma rota até ele com o auxilio do Stellarium.  M69 é uma musica mais difícil.
Primeiro centralize Kaus Australis (Épsilon Sag), na base do "bule"( é o asterismo que reúne a maior parte das estrelas de Sagitário ). Com ela no canto de cima da buscadora (sul) você vai perceber claramente duas estrelas de aproximadamente 5ª magnitude. São HIP 90763 (que possui um pequeno “nozinho” de estrelas ao sul) e HIP 91014. Centralize em HIP 90763 (a menos brilhante) e vá para a ocular do telescópio. Com a 25 mm eu encontro M 69 no mesmo campo. O brilho da estrela ofusca um pouco o pequeno globular, mas ele se apresenta claramente. Com a 10 mm fica ainda mais fácil. É um globular bem modesto na ocular. Mas a navegação até o mesmo é bem divertida. Depois de ler a partitura achamos melhor encerrar e aguardar pelo próximo dia para combater de novo. Espero sinceramente que meus camaradas se encantem com a musica de novo e que resolvam ver meu querido Jards Macalé que se apresentará na mesma praça...   
Na noite seguinte a observação praticamente se resume a Lua. Jards Macalé conta com menos fãs do que eu supunha...
Sem Barlow


Com Barlow 2x

Fico feliz em descobrir que o 70 mm se revela um bom fotografo. Ainda que sem tempo para motorizar a montagem e muito menos realizar algo parecido com alinhamento polar faço algumas fotos de Selene. Com e sem barlow. Nas fotos originais se percebem mais detalhes ( evidentemente ...) na foto  em que utilizei a  barlow . Mas o compressão do Blogger parece que nivelou as coisas. Vai entender...  De qualquer forma o Mare Crisium domina a cena flanqueado por Cleomedes , Burk hardt e Geminus ( acima do  Mare  na foto...) . Abaixo se sobressai Langrenus . Todas belas crateras ao alcance de pequenos telescópios.
Ainda que pressionado para iniciar os trabalhos junto à churrasqueira consigo fazer um sketch    apressado de Ngc 5617 . Trata-se de um discreto aglomerado aberto bem proximo a Alpha Centauro. Recomendo que retire Alpha do campo ocular .
ngc 5617
 Depois de  operar churrasqueira e beber algumas garrafas de vinho a vaca foi pro brejo (ou para a brasa) em definitivo e guardo o telescópio antes que algo pior aconteça.
Na verdade  nem guardo o telescópio que é encontrado ao sol   ao  amanhecer.
No domingo resolvo tocar com partitura. Diversos globulares do catalogo Messier que eu evitava  (ou eles a mim...)  ha anos demandavam uma aproximação  mais conservadora.
Com Partitura ( no caso somente o Stellarium e o Cartes du Ciel que habitam meu HD)  parto em busca destes fantasmas. Apesar do catalogo Messier ser (em tese...) possível com 70 mm nem tudo será   exatamente musica popular...

Ainda cedo consigo me reencontrar com M69. È um alvo “fácil”.
M 70 não tem nada muito brilhante perto para ajudar no star hop. Assim parto de M 69 em busca de HIP 91386 e depois de HIP 91713 A. Entre 7ª e 8ª mag não são exatamente faróis na buscadora. À noite ainda cedo e a luz das vizinhanças não colabora. Mas depois de algum tempo e com muita hiperventilação, visão periférica e reza forte percebo um fantasminha na ocular. No limite do pequeno refrator. Mas tava lá. Meu jovem assistente não consegue resolver, mas creio que lhe falta experiência para algo tão tênue. Para garantir  a paz do espirito toda a navegação e encontrei o fantasma novamente . E com isto confirmo ao avistamento.
M 54 é bem tênue, mas com Ascella bem próxima foi bem mais fácil de ser localizado. O pequeno refrator torna o desafio bem maior . Começo a sentir falta de uma abertura maior. O elemento ainda vai relativamente baixo no horizonte e creio que seja mais obvio em melhor posição.
Nunca fui muito amigo da região do  Serpentario celestial. Na verdade três constelações que me parecem ser só uma. Ofiuco ( o encantador) , Serpente ( a cauda) e Serpente ( a cabeça). 
 Sua posição sempre muito alta é bem incomoda .  Mas  com pouca atmosfera no meu caminho alvos tênues se mostram promissores. 
 Por fim uma outra possível razão para a antipatia é que sempre que falo Ofiuco tem alguêm que faz associações improprias e joguetes de palavra de gosto duvidoso. 
Após estudar a partitura eu parto ( aaaaiii!!!) em busca de M9.
O primeiro movimento consiste em identificar Sabik ( Eta Ofiuco).
Não conheço muito bem a constelação e como tenho que dividir meu computador com minha amada esposa faço visitas de tempos em tempos até a sala da casa para confirmar a navegação.
 Depois de me enrolar um pouco misturando Eta com Fi acabo por me entender em grego e começo a procurar o globular. Este se encontra a aproximadamente 3º 25´´ a leste de Sabik. Usando a buscadora sequer desconfio de sua posição.
 Por um método de aproximação eu começo a ficar frustrado .
Não sou muito de utilizar coordenadas para localizar DSO´s. Mas desta vez uso de um truque bem útil. Com o auxilio do Stellarium estabeleço que partindo de Sabik e olhando para o horizonte oeste eu devo deslocar o telescópio 3º para o sul e 2º para leste . Estes serão movimentos no eixo de RA e declinação. Utilizando a buscadora  ( que tem um campo de 5º )eu calculo o salto e ao olhar na ocular eu não vejo nada . Mas utilizando os ajustes finos e com uma rápida escaneada o pequeno globular dá enfim o ar de sua graça.
É bem modesto.
Devido a sua posição bem alta no horizonte ele se apresentou mais claramente que M54 e M70.
M70 é o mais apagado deles brilhando com magnitude de 8.1. E sem duvida foi o mais assombrado da noite.
Na verdade , acostumado que sou de visitar os aglomerados ‘grandes” , preciso me lembrar que globulares se  ( muitas vezes) apresentam como estrelas que nunca dão foco. Especialmente em pequenos telescópios . Isto faz deles alvos bastante elusivos . Especialmente em campos muito ricos. Não é o caso de M 9. Há Poucas estrelas no campo e são muito tênues . Mesmo com a ocular de 25 mm .Ele se apresenta com um pouco mais de dignidade com a 17 mm.
Uma história para os calouros: M 9 é uma descoberta original de Messier e e´um dos aglomerados globulares mais próximo do centro galático.
Como brinde , enquanto batia cabeça atrás de M9, dei de frente com M23. É um pequeno aglomerado aberto bastante delicado. Ocupado que estava caçando o globular só o observei com a 25 mm.
 Mas ele bem que merecia um pouco mais de atenção e magnificação.
Depois de um bom tempo sem observar fico contente com o revival de meu refrator. Apesar da evidente limitação o set up é bastante útil e extremamente pratico. Consigo montar tudo em poucos minutos e a leveza do conjunto torna a vida junto a ocular muito mais fácil. A coluna lombar  agradece. 
Apesar da casa cheia  foi um fim de semana bastante proveitoso. 
E três  Messier novos são sempre motivo de alegria. 
Agora só faltam os difíceis e assim sendo cada um é um a menos para se completar o clássico catalogo.
Como considerações finais gostaria de lembrar ( talvez para eu não esquecer...) que um telescópio pequeno não tem o mesmo poder de fogo que um maior. É berrante a diferença do que que se vê e do nível de detalhamento obtido. Mas por outro lado você ganha em conforto e o desafio se torna maior. Para quem gosta da caçada ele são muito legais. E sua maleabilidade permite observações de DSO´s  junto a zênite e também ao meridiano que com um telescópio maior seriam muito difíceis e até mesmo impossíveis.
Espero agora a oportunidade de testar o velho Galileo em astrofotografia de uma forma mais comprometida.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Magnitude Limite


Magnitude Limite

A capacidade de um telescópio revelar objetos “apagados” depende diretamente da área de sua lente ou de seu espelho primário.
 Curto e grosso: quanto maior o diâmetro de seu telescópio mais você vai ver...
Desta forma um telescópio de 150 mm terá uma área de captação de luz de 176, 6 cm quadrados. (7,5 x 7,5 x 3.14).
Como as coisas funcionam ao quadrado um telescópio de 300 mm não possui apenas uma área de captação de 353,25 cm quadrados. Ele possuirá uma área de 706,5 cm quadrados para captar as débeis estrelas e DSO´s que você tanto quer ver. Um aumento de 400%%.
Tamanho é documento.
A magnitude limite de um telescópio é a medida de quão tênue uma estrela ou um DSO pode ser e ainda assim ser visível em determinado instrumento. Na tabela abaixo apresento uma listas de magnitudes limites para os tamanhos mais comuns de telescópios. Evidentemente que se trata de uma aproximação. Tenha em mente que quando digo que um telescópio de 150 mm pode ver estrelas de 13ª magnitude isto não significa que ele vai revelar uma galáxia de 13ª magnitude.
A visibilidade de DSO depende mais do seu brilho de superfície (Magnitude por unidade de área) do que por sua magnitude integrada, que em geral é a descrita nos catálogos.  Outros fatores também afetarão o que você vai ver. A qualidade do telescópio e da sua ótica, condições de seeing e transparência, magnificação utilizada e a experiência do observador vou afetar em muito que é possível ou não de se observar com um determinado equipamento.  
Por fim telescópios refratores tendem a mais que telescópios refletores do mesmo diâmetro. Devido à obstrução do espelho secundário...  



Diâmetro do Telescópio
 Magnitude limite
50 mm
10.6
60 mm
11.0
75 mm
11.5
100 mm
12.1
150 mm
13.0
200 mm
13.6
250 mm
14.1
300 mm
14.5
350 mm
14.8
400 mm
15.1
450 mm
15.4
500 mm
15.6

Neste link você pode calcular uma aproximação ainda mais exata em funçâo de seu set up.