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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vivendo e Aprendendo

Semana passada contei minhas aventuras em astrofotografia com foco direto. Os primeiros passos mesmo. Como acoplar a câmera a meu telescópio. Não foi um processo tão simples como eu acreditava.
Após algum tempo eu tinha um problemão com relação ao foco. Eu não conseguia foco.
A história é engraçada e o tutorial que se segue pode ser útil. Existe ainda um post anterior falando de equipamento que interage com estes.

Astronomia é um hobby legal porque é uma ciência. E então as vezes você aprende algo. Melhor : descobre.

Por que eu não obtinha foco ?

Acabei por solucionar o problema de forma empírica e pela experimentação .

Muito bom mas ficava faltando a outra parte para ser ciência.

Então tendo um problema e  uma solução faltava saber porque finalmente deu certo.

Meu problema : Falta de foco....


Para resolver isto é bom sabermos de quantas formas pode se organizar o conjunto da obra:

Montagens para fotografia



E eu buscava acoplar a câmera com o método de foco primário.  
E só conseguia foco utilizando uma barlow . Utilizando o método de projeção negativa

Agora é necessário compreendermos que existem diversos tipos de formas de se montar um telescópio. E pequenas nuances na forma como estes vão se acoplar a sua camera.
Refratores e refletores. Estas duas famílias se subdividem em vários membros. Existem diversos artigos na web que tratam disto e mais ainda .
Elaborados por físicos e óticos muito mais competentes que o Nuncius Australis para tratar do assunto.
 Assim sendo vou pular uma parte e dar mais um dado .
 O meu telescópio é um Newtoniano.


Logo :



Olhando o outro post você vai entender o que aconteceu comigo . E entender que você tem que obter o adaptador certo para seu equipamento. E como usar ele certo. 
Assim você não comete nenhuma das loucuras que me ocorreram 
E nem precisa ( eu pelo menos não precisei) mover seu secundário .
 O que alias, me parece ser uma péssima idéia . Eu recomendo que você não tente isto . 

Astro fotografia é ótica aplicada no meu hobby favorito . Por isso que astronomia é uma ciência onde você aprende ciências... E ainda se diverte com isso.

Vivendo e aprendendo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Petavius


Petavius

 Petavius é uma bela cratera que faz par com Wrottesley. Petavius "itself" tem 182 km de diametro e é percebida até mesmo com binoculos 10x50. Uma formação do Imbriano (3.85 bi) .
Localizadas nas mergens sul do Mare Fecunditatis ela é melhor observada  3 dias depois da lua nova ou 2 dias depois da cheia.
Seu nome é uma homenagem a Denis Pétau um teologo e historiador francês do sec XVII.
O desenho foi feito com Pen and Ink ( 0.1 , 0.5 e 0.8) e esboçado com uma lapiseira 0.3 com grafite H.
Um pouco estilizada eu diria...
Interessante perceber as sombras da Rimae Petavius, que são as montanhas no centro da Cratera. Possuem cerca de 170 mm e são um alvo para grandes telescópios.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Usando um T Ring

T Ring para canon EOS
Como foi dito antes o Nuncius Australis decidiu se aventurar pela astrofotografia . Em um dos últimos posts eu apresentei uma kit básico de sobrevivencia.
Com achegada de meu T Ring este se tornou completo . Faltava fazer tudo funcionar ao mesmo tempo agora. Aí começou a complicar.

Como já foi dito vou fazer tudo da forma mais dificil. Assim sendo foi bom o T Ring ter vindo sem nenhum manual.

Em tese a  rosca do tal T Ring ia rosquear em algum lugar do focalizador ou se prender a ele de alguma forma.

Olhei o porta ocular e havia uma rosca . Mas do lado errado.

 Rapidamente notei que  minha Barlow da Skywatcher tinha a rosca na bitola certa para realizar a operação.

E como usar sem a barlow? Moleza . Só tirar a lente e usar o corpo restante como um adaptador.

Só que aí o caldo entornou. Assim o curso do focalizador fica grande e não tenho foco.

Continuando com o metodo dificil eu tento de tudo .

 Quando finalmente me vejo retirando os pequenos parafusos Allen que prendem o anel rosqueado a bainoeta do TRing e colocando estes , ao contrario , através dos furos que se usa para fixar a uma ocular e depois usando os parafusos que normalmente fixam a ocular para fixar a baioneta no anel rosqueado do T Ring chego a conclusão que não pode ser assim. Tá errado...

Mandar fazer uma peça, serrar o corpo da barlow e outras loucuras começam a me ocorrer.

Já meio de madruga entro em um fórum de astronomia na web em busca de alguma luz. Embora não tenha resolvido na hora uma alma caridosa  deixou bem claro que havia um jeito mais fácil.

-Pensar , professor , pensar!!!

Finalmente a luz . Preciso desmontar mais um pedaço da porta ocular ( que me parecia ser uma peça única).

Agora ficou claro. Eu sou uma besta . Mas em todo caso vou apresentar um passo à passo só para  garantir que ninguem , em um momento de desespero,  serre algo em seu equipamento.


   Primeiro retire o porta ocular do focalizador. É só desrosquear e ele sairá inteiro.









Agora desmonte completamente o porta ocular para conseguir o anel que vai fazer o truque. O Porta ocular só parece uma peça única mas ele se divide . O negocio precisou de um pouco de cuspe e jeito mas a rosca acabou cedendo . ( eu sei..)






Rosqueie os dois . O anel que você tirou da porta ocular e o T Ring . Eles se encaixam perfeitamente.










Você vai terminar com isto em suas mãos. A tal peça que eu queria encomendar para um torneiro...








Agora atarraxe tudo no focalizador.






E encaixando a camera a baioneta do T Ring esta tudo resolvido.

Com Barlow e sem Barlow...







 E com uma chave allen  ( não incluida)você pode soltar os parafusos que prendem a baioneta ao anel rosqueado ( os mesmos que eu ia colocar no porta ocular...) do T Ring e colocar o LCD ou viewfinder na posição mais favorável que você achar.  





A caminhada prossegue ...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Observando Asteróides

Vesta, o quarto asteróide a ser descoberto e um dos mais brilhantes

Em 1 de janeiro de 1801 Giuseppi Piazzi percebeu um tênue objeto na constelação de Touro. Curiosamente aquela estrela não aparecia em nenhuma de suas cartas celestes. Ele marcou a posição desta “estrela" em relação as outras e retornou alguns dias depois para observar a mesma região. Aquela estrela tinha andado.

Futuras observações provaram que o objeto que Piazzi observou era novo e que orbitava o sol a uma distancia de 2.77 UA. (Unidades astronômicas).

Piazzi achou o primeiro asteróide. Pelo menos até que Ceres tenha sido transformado em planeta anão. Como ele foi o descobridor e morava na Sicilia batizou o então asteróide e agora planeta anão em nome de da Deusa protetora da Sicilia. Ceres.

Depois disto centenas de milhares de asteróides foram descobertos e estimativas sugerem que existam mais de um milhão destes objetos com mais de 1 km de diâmetro ou mais...

A maioria dos asteróides se situa entre as orbitas de marte e júpiter. Já ouviu falar no cinturão de asteróides?

Os asteróides mais comuns são conhecidos como carbonáceos. Ricos em carbono. São objetos escuros e que refletem apenas de 3 a 4% da luz solar.

Caçar asteróides é como procurar por agulhas em um palheiro. Mas uma boa carta celeste vai ajudar muito. Sempre que um asteróide atinge 8ª magnitude ou mais e se torna visível a Astronomy e a Sky and telescope vão publicar uma carta detalhada mostrando o caminho deste contra as estrelas de fundo. Diversos programas planetários também são capazes de gerar tais cartas.

De posse de uma destas cartas aponte seu telescópio para o campo estelar mostrado nestas. Uma vez certo de que esta olhando para o local certo passe para a ocular, que deve ser a de maior campo que você possua. Comparando o que vê com sua carta procure por padrões e deduza quem é o asteróide. Faça um desenho acurado da região. Aí aguarde um dois dias e volte ao mesmo ponto no céu. Se você fez tudo certo a estrela que você escolheu terá se movido em relação às outras em seu desenho (ou foto).

Asteróides, por maiores que sejam só serão percebidos como pontos estelares. Aliás, asteróide significa “como uma estrela”. Assim sendo asteróides só podem ser notados graças a seu movimento contra o fundo de estrelas.

É um exercício de astronomia bastante interessante e um desafio para astrônomos amadores.

Boa sorte...





segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Em Monoceros: Uma estrela tripla, Beta Monocerotis

Escondida na discreta constelação do Unicórnio (Monoceros) se esconde um sistema estelar interessantíssimo. E ao alcance de pequenos telescópios.

Sua estrela beta é um sistema quádruplo. Três de suas estrelas são razoavelmente brilhantes e próximas uma da outra. A quarta é mais apagada e distante (muito apagada para ser percebida por telescópios amadores). O grupo se encontra a cerca de 450 anos-luz de nós. A sua estrela principal, Beta A, está a cerca de 1000 UA de B. A estrela B encontra-se a 400 AU de C. Dadas as distancias expressivas elas levam alguns milhares de anos para completarem sua dança em orbita uma das outras...


Para localizar Beta Monocerotis comece por Orion. Localize Betelgeuse que é o ombro do caçador. Logo a sudeste você vai ver as Três Marias. Elas formam o cinturão do caçador. Seguindo seu alinhamento rumo a leste você chegará a Sirius, a estrela mais brilhante do céu. Em uma linha imaginaria entre Sirius e Betelgeuse (que é uma estrela bem vermelha) você vai encontrar Beta Monocerotis aproximadamente no meio.

Na região há apenas duas estrelas relativamente brilhantes. Mire na mais ao leste. É Beta Monocerotis.

Aplique a maior magnificação que puder. Geralmente uso 120x para começar podendo chegar a 240 se o seeing permitir. Estrelas múltiplas gostam de magnificação. São bem brilhantes.

Na ocular você vai ver uma estrela primaria branca, A, sendo orbitada por um par bem próximo de estrelas azuladas, B e C.

Um mau seeing não vai permitir muita magnifcação e pouca talvez só permita perceber duas estrela . A e B. Ainda assim forma um belo par colorido.



A é de magnitude 4.6

B é de magnitude 5.2

C é de magnitude 5.6



Beta Monocerotis é um alvo fácil e muito bonito para o céu de verão. A constelação do Unicórnio embora discreta apresenta diversos objetos de grande interesse astronômico e astrofísico.

Astrofotografia: Aprendendo Andar


O Nuncius Australis decidiu que chegou a hora de ele aprender a tirar fotos do céu. Evidentemente que da forma mais difícil.

Sempre utilizando um esquema auto didata e tentando manter um hobby caro na seara do barato ele pretende apresentar para vocês suas aventuras e desventuras no glamoroso mundo da astrofotografia.

Neste post vou apresentar o que acredito ser o equipamento mínimo necessário para a pratica da astrofotografia com um algo de qualidade.

Senão de qualidade  algo com  chance de registrar DSO´s com um mínimo de integridade.

Não que eu tenha a pretensão de ser um Cartier-Bresson da astrofotografia.

Minhas ambições são registros honestos que permitam a identificação dos objetos fotografados.

Não creio que venha algum dia adentrar o seleto grupo dos astrofotografos que habitam as colunas de fotos da Astronomy e da Sky and Telescope.

Primeiro por acreditar que não seja do tipo que é capaz de realizar varias exposições longas, com diversos filtros e outros truques de um mesmo DSO. Projetos que podem durar vários dias ou até mais. Isto é coisa para pessoas mais “single minded” que eu.

Sou  um  homem de muitas  paixões  . Observação visual, a caça de vários objetos ao longo da noite, desenhar e outras mais.

E de novo porque tento manter o meu hobby do lado mais em conta da astronomia.

Agora vamos tratar de equipamento. E do lado menos em conta...

A câmera será um equipamento fundamental. Esqueça câmeras “point and shoot” e também seu celular. Ainda que fotos pelo método afocal seja viáveis não é disso que estou tratando aqui.

Como busco pelo lado “barato da coisa” uma câmera dedicada é impossível. A minha câmera deve também tirar fotos de pessoas, lugares e etc... Isto elimina as câmeras especiais  para astrofotografia.

A escolha obvia recai sobre as DSLR.

São câmeras com recursos de exposição e velocidade bem como com recursos para a utilização de diversas lentes. No caso da astrofotografia esta lente será também seu telescópio.

Um rápido levantamento em fóruns e pela web  vai rapidamente mostrar que existem dois mundos: O Nikon e o Canon.

Um pouco mais de pesquisa e você vai perceber que se pretende manter sua conta bancaria no azul as câmeras da serie EOS da Canon são as mais indicada.

Acabei por comprar uma Canon EOS 350 Rebel. Usada. Recomendo uma pesquisa no Mercado Livre e você vai ter varias opções. Gastei 600,00 R$. Incluído aí uma lente zoom 28-70 mm, duas baterias, dois cartões de memória e mais uns badulaques. Esta é certamente a câmera mais barata que apresenta os recursos necessário mínimos. ( Posteriormente comprei uma Canon T3. Essa continua sendo uma "low end" da serie EOS. Mas é muito mais desenvolvida que a 350 D. É atualmente (2013) a DSLR mais barata que você vai encontrar facilmente no mercado. Veja a avaliação dela neste post: http://nunciusaustralis.blogspot.com.br/2013/02/canon-t3-primeiras-impressoes.html )

A menos que você tenha grandes pretensões em outros campos da fotografia você não precisa de câmeras com CCD´s enormes. Estes serão subaproveitados pela ótica de seu telescópio. A câmera citada possui um sensor CMOS que é menos sensível que os CCD´s. Mas vai fazer o truque.

Você vai também precisar de um telescópio, é obvio. Mas no caso o que me importa aqui é a cabeça equatorial que você precisa ter no mesmo. O mínimo (mínimo mesmo) é uma EQ -3 motorizada.


No meu caso para adentrar no tapete vermelho eu precisei comprar um motor duplo axis da Orion distribuído pelo Armazém do Telescópio.  Some 430,00R$.

Pode-se usar um motor single axis. Se você achar...

Para finalizar você vai precisar de um anel T. Este vai adaptar sua câmera ao telescópio. Cada pessoa vai acabar com a câmera “riggada” de uma forma um pouco diferente. Olhe para o T Ring, olhe para o suporte da ocular e para os parafusos disponíveis e tenho certeza de que você vai conseguir acoplar a câmera ao telescópio. E gaste mais cerca de 80,00R$.

Acredito ser este o pacote básico para o inicio da aventura chamada astrofotografia.

Incluindo um telescópio com uma cabeça digna o suficiente e uma lente barlow você vai gastar algo por volta de 2500,00 R$. Para começar. E se você for atento vai perceber que mínimo, mínimos, mínima e adjetivos do tipo são bastante comuns neste post. Desculpem-me, mas foi inevitável...



Depois disto você ainda vai ter que aprender muito.

Mas isto fica para outros posts. Vai ser um longo caminho.

P.S -  Se voce é do tipo o céu é o limite ( não resisti...) e dinheiro não é um problema recomendo que de uma olhada aqui

sábado, 12 de novembro de 2011

NGC 2237- A Nebulosa da Roseta

A nebulosa da Roseta ( NGC 2237-39) esta visível logo a leste de Orion, na discreta constelação de Monoceros.


Situada aproximadamente entre Betelgeuse (Alpha Orionis) e Procyon (Alpha Canis Minus).

Ela é dificilmente avistada sem o uso de filtros.

Mas em céus escuros é possível observá-la “Au natureil”.

O uso de filtros UHC a torna perceptível mesmo a olho nu. Walter Scott Houston e Brian Skiff registraram observações desta em 1983 “piscando” um filtro em frente a seus olhos…

A Roseta é um DSO que é mais facilmente percebido através de buscadoras e binóculos que com telescópios.

É uma de minhas nebulosas favoritas.

Sua história e cheia de reviravoltas e sua nomenclatura no New general catalog é bastante confusa.

Na verdade quando falamos da Roseta se podem incluir aí diversos objetos. NGC 2237, 2238 2246 são todas partes de uma grande região HII. Envolta nesta nebulosa se encontra um brilhante aglomerado aberto que também possui dois números no NGC.

NGC 2239=NGC 2244. O Aglomerado foi observado por Herschel.

Já Albert Marth parece ser o descobridor de uma parte da Nebulosa (NGC 2238) embora Lewis Swift fosse o primeiro a chamar atenção para o grande tamanho desta nebulosa. Barnard também assinala algo em 1883. Sua descoberta oficial é registrada por Swift em 1884. Quem viu que parte e quando é ainda objeto de discussão...

A nebulosa de Roseta e seu aglomerado 2244 são um espetáculo durante o céu de verão no hemisfério sul sua localização não é difícil. E esta ao alcance de todos os tipos de aparelhos. Cada um vai apresentar uma faceta deste belíssimo DSO.

Com finalidade didática prefiro denominar NGC 2237 com sendo a Nebulosa da Roseta...

NGC 2237

Magnitude: 5.50

Brilho da Superfície:

Dimensão: 80.0 x 60.0 '

Posição Angular: 90

Classe: E

Descrição: pB

vvL

dif

part of eL nebs ring ar 2239

Rosette nebula

Name: OCL 511

Constelação: Monoceros

Coordenadas: Aparente

Aparente RA: 06h31m 33.8s DE:+05°02' 28"

Abaixo da data RA: 06h31m 31.9s DE:+05°02' 28"

Abaixo de J2000 RA: 06h30m 54.0s DE:+05°03'00"

Eclíptica L: +98°16'32" B:-18°10'13"

Galáctica L: +206°05'34" B:-02°14'47"