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sábado, 20 de agosto de 2011

O Desafio de Barlow- Log de 18 e 19 de Agosto de 2011




Saída do Rio rumo a Buzios. Minha filha diretamente da COTRAUMA. Aonde acabou ganhando uma tala de gesso . São 18:30 .

21h30min estamos em Buzios. Um rápido Jantar. As dez e pouco estou começando a montar meu circo. Balancear bem o telescópio. Quero colocar minha câmera em “piggyback”. Depois alinhar a buscadora (9x50).

Eu gosto muito de buscadoras. Possuo uma “red dot” e a ótica já citada. Infelizmente estou sem bateria para o pequeno led. Confesso que gosto muito de começar a navegação com o auxilio do pequeno led. E só depois procurar com a ótica.

Depois de algum tempo batendo cabeça e com a lua já no céu consigo afinar a buscadora com o auxilio luxuoso de Júpiter.

Todas as quatro luas presentes. Há muito não visitava o gigante. O cinturão equatorial Sul já voltou ao normal. Um pouco mais anêmico que o Norte.

Resolvo fazer uns testes que há muito queria. Testo a Barlow que acompanha o Skywatcher (não sei o fabricante, mas poderia ser Synta...) e fico alternado entre esta e uma Celestron Omni. Ambas 2x. E com uma Plossl 25 mm calçada eu tenho 98 x de aumento. Não se nota diferença significativa. Tenho a impressão de que a Skywatcher tem cor mais vivida. Mas é muito tênue a diferença. E o seeing não estava lá muito bom. Isto pode influenciar a comparação. Percebem-se algumas “marolas” ao longo do limite dos cinturões com ambas as "barlows". Já sem elas coloco a 10 mm (120 X). Percebem-se mais detalhes.

São ambas lentes Barlow de baixo custo e facilmente achadas no Brasil.

O seeing não suporta mais que isto. Tanto a combinação da 10 mm + Barlow como a 4 mm apresentam-se muito instáveis e quase impossível de focar.

Há muita umidade no ar. Com a Lua e este spray no ar os D.S.O´s não são exatamente o prato do dia.

Resolvo continuar o teste com as Barlow.

A lua, bem acima de Júpiter no horizonte leste, é um bom campo de prova.

Coloco novamente o set up com as barlows e a 25 mm. Passeio um pouco pelo “terminator” e acabo me concentrando em um grupo de crateras. Pesquisando o Moon atlas tudo me leva a crer que se trata de Pitiscus e Hommel A, B e C.

Novamente acho a imagem da Skywatcher levemente melhor. Pouca coisa. Um sentimento.

Faço um esboço da região com um lápis HB.

É tarde.

Vou dormir.

LOG de 19 de agosto 2011

Hoje começo cedo. As 18h30min já estava com o telescópio no quintal. Novamente começo alinhando a buscadora. Hoje preciso dela funcionando mesmo. Apesar da suspensão esta noite se anuncia mais clara. Com poucas estrelas no céu começo por Arcturus, já no horizonte oeste.

Depois faço um rápido tributo a Saturno que já vai se escondendo.

Ainda não satisfeito com a buscadora parto para Acrux.

Em vôo cego visito dois velhos conhecidos no Horizonte sudoeste. As Plêiades do Sul em Carina e Ngc 3766 em Centauros. Este é conhecido como “The Gem Cluster”. Dois belos aglomerado abertos. Dois clássicos austrais.



Sagitário vai alto ao céu e pretendo caçar alguns globulares que habitam próximos a Janela de Baade. Dirijo-me para Alnasl (Gama Sag.). O bico do bule. Vai ser nosso ponto de saída. Depois de centralizá-la na buscadora parto para a ocular (25 mm). Deixando Alnasl sempre bem na borda do campo e escaneando a região a sua volta você vai rapidamente vai achar Ngc 6528.

É um aglomerado Globular. Fica dentro da janela de Baade. Este pequeno buraco na poeira estelar nos permite ver bem perto do centro galáctico. Logo ao lado e menor esta Ngc 6522. Este é menor e parece mais com uma pequena estrela esfumaçada. Talvez seja o aglomerado mais antigo da galáxia.

Ngc 6528 é mais chamativo. Bem denso não chega a se resolver. Mas apresente o centro bem estelar e certa granulosidade nas bordas. O visito com todos os set up´s. Com a 10 mm é o melhor resultado.

As "barlows” o deixam muito escuro. Não percebo diferença na visualização entre elas.

Ngc 6522 é objeto de disputa entre o CdC e o Stellarium. O primeiro dá mag. de 9.90. O outro fala em 8.6. Me parece que o CdC é mais correto.

Ngc 6528 brilha a 9.60. É bem maior que o seu companheiro: 17´ arc. contra 5. 4.

Vou rapidamente checar M4. Mas a nebulosidade na região atrapalha muito e o Globular é um fantasma...


Albireo /Beta Cigny

O tempo começa a piorar e acabo partindo para Albireo.

Cantada em prosa e verso é minha dupla favorita. O contraste entre seus componentes é realmente incrível. Eu acho que a primaria é de um amarelo alaranjado e a secundaria apresenta uma coloração levemente turquesa.

Existem diversas descrições e cada observador percebe nuances de cores particulares. Cada olho, um olhar.

Qual a cor das estrelas de Albireo para você?

Roubou a noite. Ficamos namorando Albireo por um bom tempo.

Um teste final com as barlow´s. Ngc 6281. Um belo aglomerado aberto. Novamente tenho aquela impressão. A Sky watcher “rende um pouco mais que a OMNI da Celestron...

E a 10 mm resolve mais estrelas que ambas.

Nunca fui muito de usar lentes Barlow. Mas confesso que o maior eye relief às vezes ajuda. Em objetos claros elas se fazem uteis. E agrega conforto a observação mesmo com maiores magnificações.

São ótimas para observação lunar e planetária. Em dias de bom seeing é possível obter aumentos absurdos. E com paciência vislumbrar detalhes de superfície bem sutis.

Seu uso para “Deep Sky” é mais restrito. Ao dobrar a razão focal de seu telescópio ele “come muita luz. Assim seu uso se torna restrito a objetos mais claros. De preferência com alto brilho de superfície. Me ocorrem algumas nebulosas planetárias. Seus pequenos diâmetros vão beneficiar-se do maior aumento.

P.S. A Barlow Sky Watcher possui rosca para adaptar camera DSLR com T Ring. A Celestron OMNI não possui rosca.

Pitiscus e Hommel
Bons céus.

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