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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Urânia, Uraniborg e como medir sua competência a olho nu.



Urânia, da mitologia grega, é a musa da astronomia. O nome, como conhecido atualmente, é a latinização da palavra grega para “celeste” ou “celestial”.
Na “lenda” ela seria capaz de prever o futuro interpretando o posicionamento dos astros no firmamento. Ou seja, mantém também um relacionamento suspeito com a astrologia. Mas devido a sua beleza ela foi adotada pelos modernos astrônomos como sua dama favorita.
Seu nome é emprestado a diversos observatórios astronômicos pelo mundo e ao longo da historia. Podemos citar rapidamente os Observatórios de Berlin, Budapeste, Viena, Zurich e Antuérpia.
No Passado ela cedeu seu nome a um dos mais importantes observatórios da antiguidade.

Uraniborg (O castelo de Urânia) foi construído como um tributo à musa. Situado na ilha de Hven. Foi um dos projetos mais caros conhecidos na Dinamarca. Calcula que os custos de sua construção tenham sido responsáveis por mais de 1% de todo orçamento do estado. Se Maluf soubesse disso morreria de inveja.
 E foi lá que Tycho Brahe coletou os dados para uma das descobertas mais importantes da astronomia.
Uraniborg foi o ultimo observatório a se construído sem possuir um telescópio como seu principal instrumento. Um dos primeiros foi Stonehenge.   Na verdade quando Uraniborg foi destruído , em 1601, faltavam ainda sete anos para que um ótico holandês e um certo Galileu Galilei inventassem (o holandês) e desenvolvessem (Galileu) o instrumento que se tornaria a pedra fundamental de qualquer observatório. Stonehenge (com o auxilio de um pouco de cimento) continua de pé.
Seu principal equipamento era um Mural Quadrante, fixado em um muro orientado norte- sul, que servia para determinar a altura dos astros ao passarem pelo meridiano.

E havia uma estreita janela que servia para determinar (como em Stonehenge) quando determinados astros passavam por ela. Assim se podiam determinar as estações e outras cositas más...
Graças a todas estas medições cuidadosamente feitas e registradas por Tycho Brahe seu assistente Johannes Kepler realizou uma das maiores descobertas da história da astronomia. Foram graças às observações a olho nu de Tycho Brahe que Kepler “descobriu” suas famosas leis de movimento planetário. 
Desta forma podemos perceber que mesmo nestes tempos em que telescópios podem ser obtidos facilmente até mesmo pela internet, a observação a olho nu é ainda fundamental e nas mãos de mentes curiosas ainda pode revelar coisas incríveis a mentes curiosas.
Eu posso imaginar diversos desafios para astrônomos que só são possíveis de serem realizados a olho nu. Separar Épsilon Lyra (da Dupla-Dupla) é o primeiro. E o loop de Barnard” é um dos primeiros. Mas cada caso é um caso e separar Epsilon requer uma uma capacidade de separação que não tem nada haver com sua capacidade de ver o Loop...
Mas claro que tudo depende muito da acuidade visual do observador. E esta é a razão deste post.
Fuçando meus livros achei um teste, proposto pelo grande Phill Harrington, capaz de determinar a capacidade de separação angular de um cidadão.
É bastante simples:
·         Usando um “pilot” faça dois pequenos pontos separados por dois milímetros em um cartão de papel branco.
·         Fixe esta folha em uma parede de um quarto bem iluminado
·         Feche um olho e se afaste lentamente do cartão
·         Quando os dois pontos virarem só um, pare.
·         Meça a distancia da ponta do seu pé até o cartão
·         Consulte a tabela abaixo...


Distancia do cartão (cm ou metros)
Resolução Angular (arc-min)
30 cm
27
60 cm
13,5
1 MT
9
1,20 MT
7
1,50 MT
5.5
1,80 MT
5
2 ,0 MT
4
2,30 MT
3.5
2,50 MT
3
3,0 MT
2.5


Depois me diga se você cosegue perceber Épsilon Lyra como uma estrela dupla a olho nu (sep. 3.24 arcmin). Eu não consigo e (usando óculos) me distanciei 2.0 Mt do cartão...

               

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