Urânia, da mitologia grega, é a
musa da astronomia. O nome, como conhecido atualmente, é a latinização da
palavra grega para “celeste” ou “celestial”.
Na “lenda” ela seria capaz de
prever o futuro interpretando o posicionamento dos astros no firmamento. Ou
seja, mantém também um relacionamento suspeito com a astrologia. Mas devido a
sua beleza ela foi adotada pelos modernos astrônomos como sua dama favorita.
Seu nome é emprestado a diversos
observatórios astronômicos pelo mundo e ao longo da historia. Podemos citar
rapidamente os Observatórios de Berlin, Budapeste, Viena, Zurich e Antuérpia.
No Passado ela cedeu seu nome a
um dos mais importantes observatórios da antiguidade.
Uraniborg (O castelo de Urânia)
foi construído como um tributo à musa. Situado na ilha de Hven. Foi um dos
projetos mais caros conhecidos na Dinamarca. Calcula que os custos de sua
construção tenham sido responsáveis por mais de 1% de todo orçamento do estado.
Se Maluf soubesse disso morreria de inveja.
E foi lá que Tycho Brahe coletou os dados para
uma das descobertas mais importantes da astronomia.
Uraniborg foi o ultimo
observatório a se construído sem
possuir um telescópio como seu principal instrumento. Um dos primeiros foi Stonehenge. Na verdade quando Uraniborg foi destruído ,
em 1601, faltavam ainda sete anos para que um ótico holandês e um certo Galileu
Galilei inventassem (o holandês) e desenvolvessem (Galileu) o instrumento que
se tornaria a pedra fundamental de qualquer observatório. Stonehenge (com o
auxilio de um pouco de cimento) continua de pé.
Seu principal equipamento era um
Mural Quadrante, fixado em um muro orientado norte- sul, que servia para
determinar a altura dos astros ao passarem pelo meridiano.
E havia uma estreita janela que
servia para determinar (como em Stonehenge) quando determinados astros passavam
por ela. Assim se podiam determinar as estações e outras cositas más...
Graças a todas estas medições
cuidadosamente feitas e registradas por Tycho Brahe seu assistente Johannes
Kepler realizou uma das maiores descobertas da história da astronomia. Foram
graças às observações a olho nu de Tycho Brahe que Kepler “descobriu” suas famosas leis de movimento planetário.
Desta forma podemos perceber que
mesmo nestes tempos em que telescópios podem ser obtidos facilmente até mesmo
pela internet, a observação a olho nu é ainda fundamental e nas mãos de mentes
curiosas ainda pode revelar coisas incríveis a mentes curiosas.
Eu posso imaginar diversos
desafios para astrônomos que só são possíveis de serem realizados a olho nu. Separar
Épsilon Lyra (da Dupla-Dupla) é o
primeiro. E o “loop de Barnard” é um
dos primeiros. Mas cada caso é um caso e separar Epsilon requer uma uma capacidade de separação que não tem nada haver com sua capacidade de ver o Loop...
Mas claro que tudo depende muito
da acuidade visual do observador. E esta é a razão deste post.
Fuçando meus livros achei um teste,
proposto pelo grande Phill Harrington, capaz de determinar a capacidade de
separação angular de um cidadão.
É bastante simples:
·
Usando
um “pilot” faça dois pequenos pontos separados por dois milímetros em um cartão
de papel branco.
·
Fixe
esta folha em uma parede de um quarto bem iluminado
·
Feche
um olho e se afaste lentamente do cartão
·
Quando
os dois pontos virarem só um, pare.
·
Meça
a distancia da ponta do seu pé até o cartão
·
Consulte
a tabela abaixo...
Distancia do cartão (cm ou
metros)
|
Resolução Angular (arc-min)
|
30 cm
|
27
|
60 cm
|
13,5
|
1 MT
|
9
|
1,20 MT
|
7
|
1,50 MT
|
5.5
|
1,80 MT
|
5
|
2 ,0 MT
|
4
|
2,30 MT
|
3.5
|
2,50 MT
|
3
|
3,0 MT
|
2.5
|
Depois me diga se você cosegue
perceber Épsilon Lyra como uma estrela dupla a olho nu (sep. 3.24 arcmin). Eu não consigo e (usando óculos) me distanciei 2.0 Mt do cartão...
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