Galáxias Seyfert foram assim batizadas em homenagem a Carl K. Seyfert que em 1943 as descreveu como uma classe de galáxias que apresentam em comum um núcleo com linhas de emissão notáveis.
Em seu trabalho ele elaborou uma lista com 12 galáxias relacionadas e posteriormente fez uma pesquisa mais detalhada em seis destas. Não confundir as chamadas seis galáxias Seyferts originais com o Sexteto de Seyfert. São coisas completamente diferentes.
O Sexteto é um aglomerado galáctico cujo membro mais brilhante é Ngc 6027. Com magnitude de 14,7 é muito além das pretensões deste post.
Já na lista de 12 galáxias primeiro descritas por Seyfert em 1943 existem diversos alvos ao alcance de telescópios pequenos.
As galáxias Seyfert fazem parte das chamadas galáxias com núcleos ativos. Um dos tópicos mais badalados da pesquisa astrofísica. Na verdade antes mesmo de sabermos que eram galáxias, diversos destes objetos já chamavam atenção dos astrônomos.
Seus núcleos são alimentados por buracos negros super massivos. Isto os faz super brilhantes. E com isto alvos perfeitos para os astrônomos amadores.
M 77, NGC 1275, NGC 3516, NGC 4051, NGC 4151, and NGC 7469. Estas são as seis Seyferts originais. Hoje em dia calcula-se que cerca de 10 % de todas as galáxias sejam Seyferts.
O Nuncius Australis vai apresentar uma lista com algumas das mais belas e brilhantes galáxias Seyfert.
Como o arquétipo de galáxias Seyfert poderia citar M 77.
Localizada em Cetus, a menos de 1º de Delta Cetus esta galáxia teve suas unusuais características notadas já no inicio do sec. XIX por William Ross devido a sua cor azulada em seu gigantesco telescópio (1800 mm). M 77 é uma galáxia gigantesca com massa superior a 1 trilhão de sóis. Seus braços cobrem mais de 170.000 anos luz.
Um alvo austral e uma das mais brilhantes Seyfert no céu é NGC 1365.
Uma das galáxias mais brilhantes do aglomerado de Fornax. Apresenta-se com uma espiral barrada com braços bem desenvolvidos e com estrutura visível (em locais escuros) ao alcance de pequenos telescópios (90 mm). Seu núcleo é um pouco menos brilhante do que é esperado de uma Seyfert já que é obscurecido por linha de poeira bem notável.
Outro exemplar deste tipo de galáxia AGN (da sigla em inglês para active galaxy nucleus) é NGC 3227.
A menos de 1º a leste de Algieba (Gamma Leonis) você vai localizar esta espiral barrada. Ela brilha com magnitude 10.4 e apresenta uma companheira menor, NGC 3226. Esta é uma pequena elíptica que apresenta 11.4 como magnitude. O conjunto lembra um pouco M51, a galáxia do redemoinho. É aceito que a interação entre ambas tenha aumentado o fluxo de material presente no disco do buraco negro central de NGC 3227.
Entre Leão e Virgem habita o reino das galáxias e próximo a seu coração está M88.
Esta também uma galáxia Seyfert. Localizada praticamente no maio da linha que liga Denebola (Beta Leonis) e Vendimiatrix (Épsilon Virgo). Mais precisamente a 10.4º de Denebola. Trata-se de uma espiral com os braços extremamente fechados e com um núcleo que hospeda um buraco negro com a massa de 80 milhões de sóis...
Outra Seyfert que se encontra no catalogo Messier é M106.
Porém mais difícil para os astrônomos austrais. É uma espiral barrada altamente inclinada para nossa linha de visada. Isto a faz bem notável com quase qualquer instrumento. Apresenta 8.4 de magnitude
As galáxias Seyfert, em geral, apresentam um alto brilho de superfície e com isto são (pelo menos seus núcleos) bons alvos para astrônomos que sofrem com poluição luminosa.
Nem todas as galáxias Seyfert são espirais (sua grande maioria é). A lista de 12 galáxias inicialmente utilizada por Seyfert para a criação desta classe consistia em:
NGC 1068 (M 77), NGC 1275, NGC 2782, NGC 3077, NGC 3227, NGC 3516, NGC 4051, NGC 4151, NGC 4258 (M 106), NGC 5548, NGC 6814, and NGC 7469.
Posteriormente NGC 3077 e 2782 foram retiradas da lista e consideradas galáxias de outra classe.
A web apresenta muito material sobre galáxias Seyfert e AGN em geral.
Aqui um bom começo.
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