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terça-feira, 22 de junho de 2010

Kepler, as Leis do Movimento Planetário e 2012.




As idéias de Copérnico causavam profunda estranheza a seus contemporâneos. Quando nos deslocamos à posição relativa dos objetos não parecem se deslocar junto? Se a terra viaja ao redor do sol o mesmo efeito não deveria ser observado em relação às estrelas?
É então razoável supor que se as idéias de Copérnico estiverem corretas então a posição relativa das estrelas deveria mudar, ao menos um pouco. Com isto se tornava necessário medidas extremamente acuradas da posição das estrelas. Acuradas como nunca antes...
Três anos após a morte de Copérnico nasceu, na Dinamarca, um cidadão batizado Tycho Brahe. Cresceu extravagante, pretensioso e arrogante. E que aceitou a desafio de seu tempo. Estabeleceu o mais moderno observatório astronômicos que o mundo já tivera noticia. Uraniborg, na ilha de Hveen. Durante 20 anos ele e seu assistente se dedicaram a desenvolver o mais preciso levantamento astronômico de todos os tempos.
Tycho Brahe assumiu que as estrelas estariam sete vezes mias distante da terra que o sol. Acreditava que com isto pudesse determinar a mudança da posição relativa das estrelas.
Isto não aconteceu. Em primeiro lugar porque as estrelas se encontram muito mais distantes que o pressuposto por Tycho. Em segundo lugar os equipamentos que ele dispunha (sec. Xvi) não eram acurados o suficiente para determinar paralaxes tão pequenos.
Devido a suas observações Tycho Brahe recusa o modelo heliocêntrico. Mas suas “mensurações” se revelam extremamente valiosas para a astronomia no séc. XVII. Com sua morte , em 1601, suas anotações foram parar nas mãos de seu talentoso assistente Johannes Kepler. Este fora estudante de Teologia durante sua juventude e se convertera ao Copernicanismo. Rapidamente ele percebeu que a teoria Copernicana não precisava as posições planetárias medidas por Tycho. Com isto Kepler começou a trabalhar nos detalhes dos movimentos planetários. Kepler se concentrou especialmente no “problemático” Marte. Por cerca de dez anos Kepler tentou todos os tipos de epiciclos, deferentes e todas as loucuras propostas por Tycho Brahe e antepassados. Todas as tentativas davam errado. Em desespero ocorreu a Kepler que seus problemas poderiam ter como raiz o uso de círculos. Durante milênios os astrônomos se referiam a círculos para descrever o movimento dos planetas. Talvez o circulo fosse a curva errada. Kepler descobre que o comportamento de marte se comporta muito bem com outro tipo de curva. A elipse.



Uma elipse é uma forma básica geométrica que consiste em uma curva com dois focos. A distancia entre estes focos é importante e vai determinar o formato desta. Um circulo pode ser entendido como uma elipse em que os focos são sobrepostos. Graças à elipse Kepler dá o primeiro grande salto na cosmologia desde Copérnico. Veja a figura e veja como se pode traçar uma elipse e entender seus constituintes
Na realidade a diferença entre o eixo maior e menor dos planetas é muito pequena..
Em seu Livro “A Nova Astronomia”, lançado em 1609, ele explica o que vem a ser conhecido como a primeira lei de Kepler:
“Cada planeta se move ao redor do sol em uma órbita que é uma elipse, com o sol em um dos focos da elipse”
É IMPORTANTE FRISAR QUE A ÓRBITA DOS PLANETAS É APENAS LEVEMENTE ELIPSÓIDE. É NOTAVEL QUE KEPLER TENHA REALIZADO ISTO. O desenho acima é extremamente exagerado em relação as orbitas reais.
Além de estabelecer o formato real das órbitas dos planetas Kepler também investigou a velocidade dos planetas ao longo da órbita. Os planetas se movem mais rapidamente quando próximos ao sol e mais lentamente quando mais distantes. Ele descobre uma relação bem simples para estabelecer esta velocidade e daí nasce à segunda lei de Kepler:


“Uma linha reta unindo o sol e o planeta cobre a mesma área em iguais intervalos de tempo” O planeta demora o mesmo tempo para percorrer AB que demora para percorrer CD.
E por fim ele estabelece a sua terceira lei que vai criar as bases para a moderna cosmologia.
“O quadrado do período orbital é diretamente proporcional ao cubo do eixo maior de sua orbita”
Esta parece mais complexa, mas não é .

Podemos utilizá-la para provar que uma das mais famosas asneiras das pseudociências associadas ao ano de 2012 é simplesmente isto: uma asneira.
Nibiru seria um planeta que possui uma orbita extremamente elíptica e que segundo um cara chamado Sitchin, que seria também auto didata em escrita cuneiforme, possui papel importante na formação do sistema solar. Este planeta que possui o sol em um de seus focos e o outro para além da orbita de Plutão foi responsável pela criação do cinturão de asteróides e pelo surgimento da Terra e da Lua (teria colidido com todos ). A ordem dos fatos não importa posto que pelos escritos do amigo isto seja dificílimo de estabelecer. E também é dito que Nibiru orbita o sol a cada 3600 anos. O que o coloca POR AQUI EM ...Adivinhem? 2012. Tudo escrito em Sumério...Na pedra...
Aplicando a Terceira lei:
A²=P³ onde A é igual ao eixo maior (em unidades astronômicas) e P é igual ao período orbital.
Aplicando um pouco de álgebra e os valores que se pode imaginar dos delírios de Sitchin se obtêm:
A=³√(P²)
Sabendo- se que o tal planeta passa muito perto da terra (chegando a colidir...) seu periélio (posição mais próxima do sol de um planeta em sua orbita) será considerado igual a 1 A.U. ( Unidade astronômica : tamanho do eixo maior da órbita da terra. 149.597.870,7 km)
Assim sendo podemos estabelecer que sua distancia (d) no afélio( maior distancia do sol em uma orbita) será igual a 2A -1. Ou seja: d=2A-1
Acrescentando isto a nossa formula:
d=2(³√ (P²))-1
d=2(³√3600²)-1
d=2(³√12960000)-1
d=2(234.892058)-1
d=469.784116-1
d=468.784116
Ou seja, 469 AU.
Plutão está a uma média de 39.5 AU do sol . E apresenta uma orbita altamente elíptica e que só sobrevive graças a fato de estar em ressonancia com a orbita de Netuno em uma razão de 3:2, a órbita de Nibiru é de tão forma elíptica que o coloca em algum lugar para alem do cinturão de Kuiper e muito além da área de influencia do sol e depois ele passa tão perto do sol quanto a Terra... Ou seja sua orbita cruza todos os corpos do sistema solar . Nem em 2012 e nem nunca. Nem em sumeriano arcaico.
.
A segunda lei também serve para acabar com isto. Um planeta nesta orbita ia passar tão rápido em seu eixo menor que estaria quase a velocidade de escape do sol. E depois a uma distancia tão grande que a influencia gravitacional do sol seria quase nula. Só a existência de Júpiter já garante arremessar este corpo para sabe-se lá onde .Esta orbita é totalmente instável.
Como Kepler faleceu em 1630 ele não precisou ouvir as besteiras apregoadas por Sitchin e ainda assim mostrou que sua terceira lei serve a ciência até hoje
Aqueles que quiserem saber mais sobre a estupidez humana podem visitar: http://www.2012hoax.org/nibiru .
Kepler é fundamental para Newton chegar a sua lei da gravitação e o novo grande passo na cosmologia. A seguir Isaac Newton

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