Escorpião é uma das poucas constelações que realmente merecem seu nome. Pode-se perceber claramente a forma de um escorpião e sua cauda revirando no céu. As brilhantes estrelas Shaula e Lesath marcam o ferrão do bicho.
Dois dos mais belos aglomerados abertos do inverno se escondem junto a esse ferrão. São M6 e M7. Respectivamente o aglomerado da borboleta e o aglomerado de Ptolomeu. São alvos fáceis para binóculos e pequenos telescópios e podem ser vistos no mesmo campo ocular de meu binóculo 10x50. É uma área bastante povoada do céu, já em direção ao centro da galáxia e isto faz o encontro ainda mais encantador.
Em céus urbanos eles necessitam de auxilio óptico para brilhar. Em áreas mais escuras são claramente percebidos a olho nu.
M6 é o mais delicado dos dois e brilha com magnitude de 4.20. Em um primeiro momento se percebe seu formato retangular e rapidamente se percebe o formato que lha dá o nome. Uma concentração central de estrelas forma o corpo da borboleta e as estrelas em volta formam as asas. Possui cerca de 80 estrelas e com pequenos telescópios já cheguei a contar 28. Observam-se cerca de uma dúzia com binóculo. O formato é indiscutível. Localizado a cerca de 1600 anos luz do sol e idade aproximada de 100 milhões de anos suas estrelas são basicamente brancas azuladas e se espalham por uma área de 12 anos luz. No corpo da borboleta se percebe uma estrela em particular que já deixou a seqüência principal e sua cor alaranjada a destaca das demais. È conhecida como BM scorpii. É uma variável que oscila de forma errática entre a 9ª e a 10ª mag. ao longo de um período de 850 dias. É um dos mais bonitos aglomerados abertos do céu.
M7 é maior e mais brilhante que M6 o que o torna mais evidente a olho nu e com o uso de binóculos. Na verdade M7 foi um dos poucos objetos de céu profundo conhecidos desde a antiguidade e foi descrito como uma área nebulosa junto à cauda do escorpião no “Almagesto” de Ptolomeu. Daí seu apelido: o aglomerado de Ptolomeu. Contam-se dezenas de estrelas com binóculos e o numero mais que dobra com pequenos telescópios. Já foram identificados mais de 80 membros e diversas estrelas de campo compõem um visual ainda mais assombroso. Cobre uma área superior ao de uma lua cheia e é inesquecível. É o objeto mais ao sul do Catalogo Messier.
Estes são dois dos mais fáceis objetos de céu profundo a serem localizados e dos mais bonitos. São excelentes alvos para os iniciantes. Na região se encontram diversos outros objetos de céu profundo. Uma dica: seguindo uma linha entre Lesath e Shaula se localiza facilmente M7, mesmo a olho nu. M6 estará um pouco norte (aproximadamente)
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