O Catalogo Messier e os Objetos Perdidos
Dom João saiu as pressas de sua querida França. Com isto levou apenas a primeira versão do Catalogo que Messier vinha elaborando. Possuía apenas 45 entradas , todas elas de objetos reais e com sua posição estabelecida com segurança. Enquanto Dom João vivia suas aventuras nas terras e céus austrais o velho caçador de Cometas continuou reunindo os objetos que , curiosamente, não eram para ser observados. A sua versão final foi publicada em 1781 . Possui 103 entradas.
De alguma forma o catalogo Messier de nossos dias possui 110 entradas. Esta diferença apresenta uma história bastante interessante e que de certa forma lembra o catalogo J.E.S.S. em seu estranho caminho.
Charles Messier formulou seu hoje Catalogo em três ocasiões: Sua primeira publicação em 1774 ( da qual Dom João tinha uma cópia) .Numero de entradas: 45.
O seu primeiro complemento foi lançado em 1780 e ia até a entrada de numero 68.
Finalmente foi apresentada sua versão final em 1781. Esta ia até o numero 103. Porém ai começam diversas controvérsias.
Quatro dos objetos descritos por Messier e suas respectivas posições deixavam duvidas a respeito das informações ali contidas. Messier , ao contrario de diversos contemporaneos que haviam apresentado catálogos com diversas entradas falsas ou equivocadas , era extremamente preciso em sua anotações e consequentemente este quatro objetos sempre foram foco de muita especulação. Na verdade 5 objetos.
Ficaram conhecidos como os Objetos perdidos de Messier.
São estes M 47 , M 48, M 91, M 102 e M40.
M40 – É na verdade uma estrela dupla , e o mais sem graça dos objetos Messier. Na Verdade Messier buscava na região uma entrada equivocada de um antigo catalogo escrito por Hevelius. Sua posição é correta porém não se trata de uma nebulosa. È hoje também conhecido como Winnecke 4
M47-Este equivoco pode se dizer que foi um erro de digitação e posteriormente foi confirmado de forma equivocada por Dreyer que declara esta a posição de Ngc 2478 embora na dada posição não exista nenhum objeto. Ele ( Messier errou um sinal ao determinar a posição a partir de 2 puppis , na epoca 2 Navis ) . Posteriormente foi facilmente achado graças a sua descrição.
M48- É aceito que este aglomerado seja o mesmo que Ngc 2548. Messier provavelmente errou ao olhar para a carta celeste e marcou sua posição 2,5 graus ao sul de sua posição verdadeira. O Grid era de 5 em 5 graus.
M91- É uma entrada mais controversa. Messier mediu esta posição a partir da posição de M89. Porém a controvérsias se ele não teria partido de M58. Com isto pode ser que a galáxia descrita seja Ngc 4548 ( o mais aceito) ou a galáxia Ngc 4571 que se encontra mais próxima a posição indicada. Isto tornaria este o objeto mais ténue do catalogo com uma magnitude de 12.0. Poderia ainda ser uma observação repetida de M58.
M102- o mais controverso dos objetos Messier. Na verdade uma adição realizada por seu colega Pierre Mechain e por ele mesmo posta em duvida. Messier alega ser uma nebula entre as estrelas Omicron Bootis e Iota Draconis , junto a uma estrela de 6ª magnitude. Mechain posteriormente diz em uma carta que a entrada e um erro e uma duplicata . M102 seria a mesma galáxia que M101. Hoje em dia a controvérsia continua sendo candidatas as galáxias Ngc 5866 , 5907 e outras galáxias que são membro do mesmo grupo todas situadas a sudoeste de Iota Draconis.
Camille Flamarion , que obteve por uma sorte do destino a copia do próprio Messier de seu catalogo defende ser Ngc5866 a galáxia perdida. Na verdade diversos fatos levam a crer que este tenha razão , como a presença de uma estrela que seria perfeita para atender a descrição de Messier. Ela responde pelo nome enigmático de HR5635 e brilha próxima a sexta magnitude.
Dom João não soube de nada isto , mas com certeza descobriu , ou melhor descobriam para ele dois destes objetos . M47 e M48 foram localizados por José eustaquio muito antes da atualização de Messier.
Mas ele só ia descobrir estes tesouros em sua próxima jornada ao longo da constelação favorita de José . Argos , Navio .
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