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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Schiaparelli e os Canais Marcianos


Uma dos mais famosos equívocos astronômicos de todos os tempos foram os "canais marcianos". Até hoje levantam questões e são fonte de discussões . Muito da mitologia sobre marcianos e et´s surge da interpretações do que um certo telescópio mostrou e do que um certo astrônomo viu através de sua ocular.
Giovanni Virginio Schiaparelli nasceu em 14 de março de 1835 em Savigliano no Piemonte , Noroeste da Italia . 
Seu interesse pela astronomia remonta a mais tenra idade. Reza a lenda que aos quatro anos ele viu estrelas cadentes e perguntou a seu pai  o que eram. Este  respondeu que só Deus sabia. Ele não acreditou.
Anos mais tarde isto levou a diversos eventos que viriam a mudar a história da exploração espacial e do planeta vermelho em especial.
Seu curiosidade foi ainda mais estimulada pelo eclipse total que viu em 8 de julho de 1848. Posteriormente o padre de sua paróquia  apresentou-lhe o primeiro telescópio e por neste ele viu as fases de Venus , as Luas Galileanas e os anéis de Saturno.
Sua formação universitária se dá em arquitetura e engenharia hidráulica e é realizada na Universidade de Turim. 
Formou-se em 1854.
A volta quântica se dá quando este ganha uma bolsa  e vai ser treinado em astronomia no Observatório de Berlin , na época chefiado por Johann Franz Encke ( o do cometa). Durante dois anos ele permanece sobre a direção do ilustre diretor . Seu curso é concluído com mais um ano de estagio no Observatório de Pulkova sob as ordens de Wilhelm Struve ( o das estrelas duplas) .
Finalmente ele se revela e aquela questão sobre estrelas cadentes lhe mostra o caminho.
Nos anos 1860s Schiaparelli faz história: Sua brilhante investigação sobre as chuva de meteoros de agosto a associa a órbita do cometa Swift- Tuttle( 1863 III) E graças a isto ele ganha o Premio Lalande concedido pela academia francesa de Ciências. E responde a questão que tinha feito aos quatro anos.

Com isto ele ganha muito prestigio, em uma Itália récem fundada, e consegue um novo telescópio. Um refrator de 220mm feito por Merz . Este poderoso telescópio é instalado no telhado do Palácio Brera em 1874.
Inicialmente ele usa para pesquisar estrelas duplas ( provavelmente por influencia de Struve).
Não é antes de 1877 que ele o utiliza para observações planetárias. 
Com este ele determina a duração do dia mercuriano em 88 dias . A verdade só seria revelado em 1965 por radio astronomia. O período de rotação de Mercúrio é de 58.65 dias.
Mas finalmente vamos falar do canais em uma famosa , ou seria infame, história da astronomia.
O ano é 1877 e no outono  Schiaparelli acredita ter momentos de seeing sensacionais e começa seus desenhos. Ele pretende utilizar a nomenclatura já utilizada em antigos mapas da superfície marciana , como os feitos por Proctor e  Flammarion em seu mapa de 1876.
Porém ele é obrigado a adaptar, acrescentar alterar devido aos detalhes que percebe em seu refrator de 8.6 polegadas .
O mapa de schiaparelli é fruto de sua formação clássica e apresenta nas areas escuras nomes de mares. Mar do Cimérios (Mare Cimmerium) , Mare Thyrennum e etc...

O resultado é uma mapa que evoca emoções terrenas e com isto só já dá asas a imaginação.
Quando ele utiliza o terma Cannali ( em italiano ) é a gota dágua.
Com suas continuadas observações Schiaparelli percebia cada vez mais detalhes e estes tinham ,em sua maioria, formas retilineas. 
Com isto surge uma das maiores lendas da astronomia . 
Os canais marcianos ,apesar de variações ,  começaram a ser vistos por varios observadores e diversas hipóteses se formaram.
 A mais querida seria a de uma civilização marciana desenvolvendo canais de irrigação para combater um planeta seco. 
Schiaparelli não fora o primeiro a os perceber mas fez uma mapa muito claro.

Porém a presença constante do termo "cannali" no mapa de Schiaparelli acaba levando a um equivoco etimologico de longo alcance. Especialmente quando o termo é traduzido para o inglês como "canals" invés de" channels" .Desenhos posteriores (1879) fortaleceram a impressão de que os canais ( canals) seriam artificiais bem como defesas apaixonadas da hipotese de um planeta vivo  por Schiaparelli. Estas eram no melhor estilo Flamarion ( Um astronomo francês que misturava espiritismo e Ets a sua ciência e que fizera também mapas da superficie marciana...)  .

 Mas é importante lembrar que apesar de Schiaparelli acreditar na possibilidade de vida organica em Marte ele não acreditava que se tratassem de estruturas artificiais , construidas por um inteligencia alienigena.  Ele explica que por estes canais ( Channels) a agua poderia escoar por um Marte seco e com isto ser a principal via para se  transportar vida organica pelo planeta. Ele expõe isto em seu Livro " Life on Mars" 

 Schiaparrelli  usa deste apelo  para obter um novo telescópio de 490mm e poder incrementar os estudos sobre o planeta . Porém o telescópio não apresentava a mesma qualidade de seu antigo e apresentava um forte desvio para o azul ( aberração cromática).
Posteriormente a lenda iria crescer com Percival Lowell , que levou a idéia as margens da loucura e construi um belíssimo observatório para observar os tais canais. Lowell era um grande herdeiro e sua fixação pelos canais marcianos acabou levando a um grande salto na astronomia graças ao telescópio por ele construído. Mas ele se torna  uma figura marcada por sua obsessão de um planeta habitado por ets . Sua figura é, para mim, meio tragicômica. 

Mas os canais marcianos acabaram por se provar um ilusão de otica e viraram uma espécie de piada. Mas graças a obsessão destes homens foram sido construidos diversos telescópios que levaram a grandes avanços na astronomia. Um caso slassico de mirar em uma coisa acertar em outra...


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