Orion é uma das primeiras constelações
que você vai aprender a reconhecer. Lar das Três Marias e com duas das 10
estrelas mais brilhantes dos céus em seus pelotões é tarefa fácil e
obrigatória. Para navegar pelos céus do verão no hemisfério sul ele é a maior referência.
Ainda por cima, localizado no equador celeste, é visível de todas as partes
habitadas do mundo (de +85º até -75º).
Não
bastasse isso Phil Harrington, na sua coluna Binocular Astronomy, em célebre
artigo nos conta que a constelação é uma aula em evolução estelar. Contém desde
estrelas ainda em formação até candidatas a supernovas já para lá da sequência
principal (que já queimaram todo o seu hidrogênio).
https://nova.astrometry.net/annotated_full/4862662 |
É
ainda um longo curso de filosofia e história sendo um dos grupamentos estelares
mais antigos conhecidos sendo cantado em prosa e verso por todas as culturas.
Desta
forma esse post será um daqueles com muitas palavras ( seu titulo já entrega isso) e se você não é afeito a
leitura é melhor parar logo por aqui. Orion não é para preguiçosos,
ignorantes e sendo uma constelação possui luz própria e tem horror a
obscurantistas e seus asseclas...
Como
já falei a constelação é identificada por quase todas as culturas. Então
tentarei aqui organizar de uma forma quase cronológica a história deste que
chegou até nós como Orion, o caçador.
Devido
a nossa herança é quase impossível não começar pelos gregos, apesar de civilizações
anteriores terem registrado a região e criado suas lendas para essas bandas do
universo.
Embora seja uma constelação mais evidente, bonita e diversa a história de Orion é menos
conhecida que a de Hércules. Burnham, em seu “Celestial Handbook” (que de Handbook
nada tem já que são três volumes somando mais de 2000 páginas ...), nos diz: “...
em contraste com Hércules, o qual possui uma personalidade bem definida e é
creditado com uma detalhada série de explorações, Orion parece uma figura vaga
e sombria.”
Homero,
na Odisseia, nos diz apenas que era um homem muito alto e o mais belo dos
homens. A maioria dos relatos nos diz que este era filho de Poseidon com Gaia.
Mas há controvérsias. Sua mãe poderia ter sido Euryale, filha do rei Minos. Poderia
ainda ser filho ou neto ou algo assim de Apolo. Sabe-se lá com quem...
As perseguidas Plêiades. |
Em
um mito Orion cai de amores pelas Plêiades (as sete irmãs). Mas o amor de Orion
toma mais forma de assédio que de namorico e Zeus coloca as irmãs no céu para
sua proteção. Atualmente existe um Touro entre Orion e as donzelas.
Uma
outra versão da saga (serão muitas) nos diz que esta se apaixonou perdidamente
por Merope, a linda filha do Rei Oenopion, a qual não retornou suas intenções. Aqui as coisas ficam ainda mais confusas pois
Mérope é também o nome de uma das Plêiades, mas estas são filhas de Atlas... De qualquer forma nosso anti-herói não reagiu
bem ao ter seu amor renegado e em certa noite, embriagado, tentou violentar a
moça. Seu pai, enraivecido, arrancou os olhos de Orion e o baniu da Ilha de
Chios. Hephaestus teve pena de Orion cego e vagando perdido e ofereceu um de
seus assistentes para guiar o caçador e atuar como seus olhos. Por fim este
encontrou um oraculo que disse que se este peregrinasse rumo a leste e ao nascer
do sol teria sua visão restaurada. Ele o fez. E assim, milagrosamente, ele recuperou sua
visão.
A
constelação de Orion possui suas origens traçadas até a mitologia suméria e se
relaciona com o Mito de Gilgamesh. Na verdade, sua figura é associada a quase
todos os heróis nacionais, guerreiros e semideuses conhecidos.
O
nome Orion é obscuro (Burnham) embora alguns classicistas sugerem uma ligação
com o grego Aorion que significa simplesmente “caçador”.
Robert
Brown Jr. Acredita ter achado sua origem no acadiano Uru-ANA (A Luz dos céus).
Embora Uruana, em escritos primevos babilônicos, o termo se refira ao deus
sol. Entre os sumérios conta uma lenda
que Gilgamesh lutou contra um touro celestial. Eles nomeavam a constelação de
Touro com GUD-NA- ANA. Ou o Touro do Céu.
A
saga de Orion segue por várias culturas e entre os Tupis a região faz arte da
constelação do Homem Velho. Mesmo no século
XX continuou-se a criar mitologia ao redor da figura mais chamativa do céu do nosso verão. Na Terra média de Tolkien a constelação é conhecida como Menelvagor
(O espadachim dos céus).
A
História da morte de Orion tem também várias versões. E contraditórias entre
si.
Em
uma das lendas Orion teria se gabado para Artêmis (que posteriormente os
romanos batizaram de Diana) e sua mãe Leto que seria capaz de matar qualquer
fera sobre a Terra. A mãe desta, a Deusa Terra (que até onde sei é Gaia é
possível mãe de Orion...), teria escutado isso e não gostou. E assim mandou um
escorpião picar Orion e o matou. Em outra versão o caçador tentou violentar
Artêmis e foi esta que mandou o escorpião atrás dele. De qualquer forma todas estas versões têm um
mesmo fim. Orion é colocado de um lado do céu e o Escorpião do outro. Desta forma
quando um nasce o outro se põe e eles nunca se encontram no firmamento. Orion domina as noites de verão e Escorpião é o Senhor do Inverno abaixo do Equador.
Outra
versão é completamente oposta a essa e o escorpião não participa. Artêmis, deusa da caça, se apaixona pelo
caçador. E Apolo, seu irmão, (e que segundo outras fontes o Pai de Orion), a
fim de impedir que esta quebre seu voto de castidade a engana e a faz matar Orion.
Artêmis era uma grande arqueira e Apolo a desafia a acertar um minúsculo alvo a
milhas de distância. A alvo era Orion. Devastada por matar seu amado ela o
coloca no céu. Esta versão daria uma
bela novela. Onde um pai, a fim de evitar um incesto, leva a filha a cometer
fratricídio. Mas isto é uma interpretação minha e sem nenhum valor histórico, mitológico
ou seriedade...
Cinturão de Orion . As Três Marias e cia.ltda. |
Orion
ainda é lar de um dos mais famosos asterismos dos céus. Na Australia as
estrelas que formam o cinturão de Orion e sua espada é conhecida com “A Panela”
ou a “Frigideira”. O mesmo cinturão é conhecido na Espanha e na américa latina como
“As Três Marias”. Na África do Sul o mesmo conjunto é chamado de “Drie Konings”
(Os Três Reis) ou ainda “Drie Susters” (as Três Irmãs).
Na
Babilônia a constelação era também chamada de MUL.SIPA.ZI.AN.NA, O Verdadeiro Pastor.
No
Egito a figura é associada a Osiris, o deus da morte, do pós vida e do renascimento.
Já se falou muita besteira sobre o alinhamento das Grandes pirâmides de Gizé
com o cinturão de Orion. Há controvérsia. Mas é aceito, com ressalvas, que a
entrada de ar para câmara do faráo da grande pirâmide possui um alinhamento
intencional com Alnitak, Zeta Orionis, a estrela mais a leste do cinturão.
Uma
outra antiga lenda remonta a cerca e 2000 anos antes de cristo. Os Hititas, um
povo de Idade do bronze que habitou a Anatólia (localizada atualmente na
Turquia), associavam a constelação com Aqhat, um mítico caçador. A Deusa da
Guerra Anant, caiu de amores (já ouvimos isso por aqui...) por ele. Mas depois
que este se recusou a emprestar seu arco para a mesma ela tentou roubar-lhe.
Entretanto o homem enviado para fazer o serviço acabou fazendo uma lambança e
acabou matando Aqhat e deixando o arco cair no mar. E por isso a constelação
fica abaixo do horizonte por 2 meses. Nos tempos da pós verdade é possível imaginar
que os cimérios viam na constelação de Orion a figura de Conan, O bárbaro. Afinal,
A Anatólia foi invadida pelo cimérios por volta de 695... E a criação de Robert E. Edward era nada mais
nada menos que o mais famoso guerreiro cimeriano da Época Hiboreana. Um Orion clássico.
Mas
Orion é incansável e nos deixa um legado também literário. De acordo com Thomas Hyde, um nome
extremamente popular entre os árabes, no século XVII, para Orion era El Babadur
“O Homem Forte” (é uma tradução livre...). Mas tradicional ainda era Al Jabbar,
“O Gigante”. Alguém pode imaginar por que Ferdinand Lewis Alcindo jr. Se tornou
Karim Abdul -Jabbar?
De
volta a literatura ... ( e ao Handbook de Burnham) Al Jabbar deriva do mais antigo sírio Gabbara
e do hebraico Gibbor. Estes nomes, por sua vez, são a fonte de outro nome que é
imortalizado por Henry W. Longfellow em um poema, que indo na contramão do
guerreiro é uma peça pacifista de 1866. The Occultation Of Orion:
"Begirt with many a blazing
stars'
Stood the great giant Algebar
Orion hunter of the beast!
His sword hung gleaming by his
side
And on his arm the lion's hide
Scattered across the midnight air
The golden radiance of its
hair.,"
Burnham
ainda destaca a presença de Orion na abertura do épico Locksley Hall aonde
Tennynson faz a mais bela e famosa descrição da Plêiades na Língua Inglesa:
"Many a night from yonder
ivied casement,
ere I went to rest
Did I 'look on great Orion,
sloping slowly
to the west.
Many a night I Saw the Pleiads
Rising thro' the mellow shade
Glitter like a swarm of fireflies
tangled in a silver braid. "
Orion
é ainda muito associado ao mau tempo. Constelação invernal no hemisfério norte.
Desde mitos babilônicos e lendas Hindus. Polybius no sec. II ac atribui a
destruição da esquadra romana durante a 1ª Guerra Punica ao fato de esta ter se
lançado ao mar com Orion nascendo logo a início da noite. Virgílio, Plinio e Horácio
se referem ao mesmo como “O Portador de nuvens”,” O Intempestivo” e “Aquele que
traz perigo aos mares”. Milton, séculos depois,
nos fala em seu “Paraiso Perdido”:
“...when with fierce winds Orion
arm' d
Hath vexed the Red-sea coast,
whose waves
o ' erthrew Busiris and his
Memphian chivalry”
(Quando Órion lhe fustiga iroso as
margens,
Capitaneando os ventos iracundos
(No Rubro-Mar que em si tragou
inteira
De Busíris a audaz cavalaria...
Na tradução de Antonio José da Lima Leitão)
Agora
chega de lendas, poesias e outras coisas temidas pela corja que nos governa
vamos falar de estrelas e das ciências (outra heresia) que abundam em Orion e
ao curso de evolução estelar citado por Harrington há alguns anos na Astronomy
Magazine.
Alpha
Orionis possui o nome próprio de Betelgeuse. A Origem do nome é longa. Com quase
tudo neste texto... Novamente recorro o Celestial Handbook para iniciar a
apresentação. É inevitável. A outra opção seria recorrer ao “Star nomes and their
Meaning “do Hinckley. E aí ter que se entender com um inglês que já era
antiquado em 1900. E já bastou Milton para quase me enlouquecer ...
“O nome da estrela é geralmente
traduzido como a Axila do Caçador. Ou como O Braço daquele que está no meio.” Aqui pelo Rio, as vésperas do carnaval, O Sovaco
do Caçador é um nome que me soa quase poético.
A
estrela também já foi chamada de “A Estrela Marcial”. Evidentemente devido a
sua cor avermelhada.
Sua
cor, na verdade, é mais para o alaranjado. Burnham defende que a exótica
palavra em hindi, “padparadaschah”, utilizada na Índia para
designar uma rara safira laranja seria o nome perfeito para Betelgeuse; seu
sentido aproximado seria “A Joia Real da Flor de Lótus”.
Betelgeuse
é uma estrela variável, e desta forma ela é durante a maior parte do tempo a
segunda estrela mais brilhante de Orion. Raramente a primeira... É uma
super gigante vermelha da classe M 1-2. É uma das maiores estrelas visíveis com
vista desarmada e a primeira a ter seu disco fotografado. Estivesse no centro
do sistema solar provavelmente engoliria Jupiter. Sua distância se encontra entre 500 e 600 anos
luz da terra. E sua massa é algo entre 10 e 20 massas solares. Com 10.000 de anos é relativamente jovem,
mas... Devido a sua enorme massa já cruzou a sequência principal e é uma candidata
a supernova nos próximos 100.000 anos. Uma James Dean estelar. É ainda uma
estrela fugitiva (renegadas que de falamos recentemente por aqui) que foi expelida
da Associação OB de Orion e viaja a 30 km/s pelo meio estelar. Com sua culminação ocorrendo (ponto mais alto
a 00:00) ocorrendo em 21 de dezembro sempre muito próxima ao solstício
possui muitas lendas.
Rigel
(Beta Orionis) Trata-se da Primeira estrela brilhante do caçador a alçar-se aos
céus. Utilizo com frequência para alinhar o Go-to de Mlle. Herschel (Minha
cabeça equatorial HEQ 5). É uma dupla interessante para o amador. Com sua
primaria super brilhante o maior desafio é perceber sua secundária sem que esta
seja ofuscada. Já a separei várias vezes. Ambas têm um brilho branco azulado
intenso. Rigel é uma super gigante azul e na verdade um sistema bem mais
complexo que as duas estrelas que o amador consegue separar. Seu nome também tem origem Árabe e era
conhecida desde os tempos de Aladim com Rijl Jauzah al Yusra. Simplesmente
“A perna esquerda do Gigante”. Orion, assim como Escorpião é uma das poucas
constelações que recordam o que pretendem ser... Geralmente é a sétima estrela
mais brilhante do céu (sendo, raramente, suplantada por Betelgeuse) e assim
como sua comadre já queimou seu hidrogênio e caminha ruma a se tornar ou uma
estrela de nêutrons ou um buraco negro. E explodir como supernova. Dependendo
de sua massa original. Esta, com meros 8 milhões de anos, segue o caminho de
rock star. Se Betelgeuse é James Dean, Rigel pode ser parente do Jimmy Hendrix.
Se localiza a cerca de 860 anos luz de nós.
Bellatrix
é Gama Orion. A estrela Amazona. O Nome
significa o que parece ser. A Estrela Guerreira. Como Gama Orionis parece obvio
que é a terceira estrela mais brilhante da constelação. Com 8.6 vezes a massa solar e 25 milhões de
anos esta, provavelmente, dando seus últimos goles de hidrogênio e saindo da sequência
principal (mas ainda nela) para começar a fumar hélio. Uma guerreira coma a voz
engraçada... É utilizada como a estrela padrão para a classe B2 III. Embora a
precisão dos equipamentos venha tornando padrão uma palavra em desuso... Os
Inuits (em tempos não tão politicamente corretos eram os esquimós) quando
percebem Betelgeuse e Bellatrix altas no horizonte sul após o por do sol e os
dias mias longos lá para o início de março sabem que a primavera se aproxima.
As chamam de Akuttujuuk, “As duas distantes “se referindo entre a distância
entre elas. Especialmente o povo ao norte de Ilha de Baffin e na Península de
Mellville. Nunca a observei de forma
dedicada. Mas sua cor me parece de um branco pálido. Fosse uma rock star seria
menos acelerada. Algo com Procol Harum. A Whiter Shade of Pale. Sendo uma estrela
do tipo B ainda apresentará uma morte menos explosiva que as anteriores. Mas
ainda assim bem brilhante. Com 8.6 massa solares é candidata a Estrela de nêutrons.
Mas é melhor checar com Chandrasekhar. De qualquer maneira continuamos com a
idéia de Orion como campo escola de evolução estela descrita por Harrington. Mais sobre o assunto aqui. E aqui...
Mintaka
ou Delta Orionis. É a estrela mais a oeste do cinturão de Orion e uma da Três
Marias. Seu nome significa “O Cinto”. Estando no cinturão de Orion é bem
lógico. É um membro gigante da associação OB de Orion (Já falamos dela por
aqui) e se encontra a cerca de 1200 anos luz de nós. Cerca de 20.000 x mais
brilhante que o sol. Outra candidata a banda de rock. Telescópios modestos vão
localizar uma companheira azulada de magnitude 6.5. O sistema possui várias
estrelas. Ela é circundada por um aglomerado de pequenas estrelas. O cinturão
inteiro é um espetáculo para observadores com qualquer equipamento. Apesar de
ser heresia não posso deixar de comentar que Mintaka é considerada por muitos astrólogos
como uma mensageira da boa fortuna.
Alnilam
e Epsilon Orionis. É a estrela do meio do cinturão. Um monstro. cercada por um belíssimo
aglomerado. Diria que o coração de um dos subgrupos da associação OB Orion de
estrelas. Outra supergigante azul. classe B 0. Você vai observá-la no seu ponto
mais alto do céu perto de 15 de dezembro. Espetáculo com seu Collinder (Catálogo
de Aglomerados abertos) particular ao seu redor. Jovencita deve estar consumindo hidrogênio em escala
de cracudo na Praça da Sé e ainda se encontra na sequência principal. 5. 7
Milhões de anos. Estávamos nos especiando dos chimpanzés. O mais antigo no ramo
humano é o Orrorin Tugenensis (Quênia), com 6 milhões de anos. Pelo
menos até bem recentemente...
Alnitak é Zeta Orionis. Um dos endereços mais nobres do universo próximo. Cercada pela
nebulosa da Chama e ao lado da Nebulosa Cabeça de Cavalo e outros DSO´s famosos
é uma foto qual você já viu... Mesmo esquema das anteriores. Viver 10 anos a
mil. E é um sistema triplo onde duas são difíceis de se separar. Escaparam de Herschel.
Mas em dias de bom seeing são viáveis com 150 mm. As cores são alvo de algum
debate e demandam algum poder de fogo para apresentarem contraste de cor. Allen
fala em Amarelo Topázio e Leva roxo. Parece decorador. Já Olcott fala em amarelo
e azul. Gosto mais de Hartung que diz “Brilhante par branco.” Distância. tipo e
etc. nos dizem que é uma das Três Maria.
Eta Orionis-É... Classe B e uma
dupla difícil para telescópios amadores...
Theta Orionis. Um dos mais
famosos sistemas múltiplos do céu. Alimentam a Grande nebulosa de Orion. Muito Jovens.
conhecidas como o Trapézio será uma das primeiras coisas que você, caso se
decida a observar os céus, vai ver. Tem que ter um post só seu...
Iota Orionis tem nome próprio. De
“Nair el Saiph”. Novamente os árabes mostrando que as trevas impostas pelo cristianismo
medieval são do mesmo naipe que o islã radical... “A Mais brilhante da Espada”. Localizada a cerca de 2300 anos é um sistema múltiplo
com nebulosidade presente e um espetáculo. Membro de Ngc 1980 tem aglomerado e nebula
próprios. Tipo O 9 promete show de rock...
Kappa Orionis é membro
fundamental da figura de Orion no céu. Se Rigel é a perna esquerda Saiph é à
direita. Outro membro da associação OB
de Orion.
Lambda Orionis – Meissa. A cabeça
do caçador. Um sistema triplo com aglomerado particular. anel de supernova e um
espetáculo. Um dos últimos posts do Blog.
Depois disso resta falar de Pi
Orionis. Um conjunto de estrela que formam o escudo de Orion. Passeie pela região.
Suspeito de várias estruturas e parece que
Alessi inclui algumas em seu catálogo de asterismos e/ou aglomerados abertos frouxos
ou quasse dissolutos...
Há
diversas outras estrelas interessantes em Orion. Mas a figura propriamente dita
do caçador está acima... Orion é matéria para a vida inteira...
Espada de Orion. |
E
assim, finalmente chegamos aos favoritos do Nuncius Australis. Os objetos de
céu profundo (D.S. O´s) que se escondem em Orion. Ou nem se escondem...
http://nova.astrometry.net/annotated_full/4865662 |
A
Região da Espada de Orion é o Lar de diversos D.S.O. s. É o lar d Grande Nebulosa de Orion e minha
região do céu favorita para passear com qualquer instrumento ótico. É o coração
do subgrupo mais jovem de estrelas na associação OB de Orion e se tem a nítida impressão
de que estrelas brotam da sua região mais central marcada pelo Trapézio (Theta
Orionis). É mais que uma impressão. As estrelas mais jovens e protoestrelas
habitam o miolo de M 42 e conforme você se afasta seguindo em direção ao
cinturão as estrelas, ainda que jovens vão envelhecendo gradualmente. Mais informações sobre a região aqui.
Já
ao redor de Alnitak habitam algumas das mais belas criações do universo. várias
Nebulosas habitam a região. E de todos os tipos. De Emissão, de reflexão, escuras etc. Bem
como Sigma Orionis um sistema múltiplo que ilumina o miolo da festa.
Junto
a Rigel se encontra a Nebulosa Cabeça de Bruxa. Um desafiante alvo fotográfico e
um sonho visual. Esta, sendo Caxias, habita a constelação de Eridanus.
M
78 é a mais fácil nebulosa de reflexão que se pode observar.
São
dezenas de abertos mais ou menos conhecidos. Muitos dos alvos já foram
visitados aqui pelo Nuncius Australis e assim f vamos fechar no compendio com
uma lista de DSO que podem ser encontrados em Orion. E alguns links para aqueles
que já visitamos.
M 42- A grande nebulosa de Orion.
Um épico particular e que merece uma visita a seu post particular. É um uma das
nebulosas mais estudadas e conhecidas. Um berçário estelar em pleno
funcionamento. Visite o Post. Cantada em prosa e verso. Tenysson “O Poeta da
ciência” (não à toa já apresentado por aqui) fala em “Merlin and Vivien”:
".......A single misty star'
Which is the second in a line of
stars
That seem a sword beneath a belt
of three
I never gazed upon it but I
dreamt
Of some vast charm concluded in
that star'
To make fame nothing."
".... regions of lucid
matter taking form,
Brushes of fire hazy gleams,
Clusters and bedS of orlds and
bee-like swarms
Of suns and starry
streams..."
M 43 – A Nebulosa de Marian. É uma
parte da grande nebulosa. Nunca entendi por que Messier dividiu as partes.
M78- A mais fácil nebulosa de
reflexão que conheço. Existe um truque para localizá-la. Centralize Mintaka na
ocular e espere...
Ngc 1980- A joia perdida de
Orion. É o conjunto descrito em Iota Orionis ou Hatysa.
Ngc 1977 – Seguindo em direção ao
Cinturão. Conhecida como A Nebulosa do Homem Correndo. O nome é bem dado e é fácil
perceber a pareidolia. Bela nebulosa.
Ngc 1981- Um belo aberto que
parece brotar de Ngc 1977. Ele é a parte mais alta da espada. Muito
interessante e visível com qualquer equipamento ótico.
Collinder 70 A chegarmos ao
cinturão (As Três Marias) nos deparamos de cara com m um imenso aglomerado
aberto que abraça e inclui as três estrelas principais. Alvo binocular por excelência
cobrindo mais de 3,5º de céu.
Ngc2024 – Já ao lado de Alnitak é um alvo visual difícil. Porém fácil de
fotografar. Vai ser parte de uma das mais famosas paisagens celestiais.
IC
434- É a nebulosa de emissão que permite se esconde atrás de B 33, A nebulosa
cabeça de Cavalo. Sem ela essa icônica imagem não existiria.
IC2023 – Mais um detalhe no quadro maior que estou descrevendo ao redor de
Alnitak
Ngc2169- O aglomerado 37. Um divertido e pequeno. Chamado de as Pequenas Plêiades.
É provavelmente uma das piores fotos que já tirei de um DSO.
O Loop de Barnard- Uma imensa nuvem molecular que envolve boa parte da
constelação. Nas fotos você o percebe.
As
fotos que ilustram este artigo foram feitas ao longo de vários anos com os mais
diversos equipamentos. A grande maioria destas em Búzios. Outras em Friburgo. Há
ainda muita chance de exploração e observação. Conhecer Orion a fundo é um trabalho
hercúleo. E certamente mais de doze.
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