Recentementerecebi meu binóculo 15x70.
Surgiu oportunidade de
fazer uma viagem até Manaus.
Rapidamente pensei
em estrelas que eu não poderia ver por minhas bandas. Fiz um rápido levantamento
do que eu poderia observar de latitudes mais boreais que ainda se encontram do
lado de cá do equador. Pensei logo na Ursa Maior.
Péssima ideia.
Não esta época do ano...
Mas a grande
Dama Andrômeda e sua mãe desvairada, Cassiopéia, estariam bem na encruzilhada.
E assim o
15X70 é colocado na bagagem.
Manaus fica dentro
de um ecossistema que também é chamado de “Rain Forest”. Nublado o tempo todo e chove todo dia.
Assim o 15x70
deveria ficar de peso morto.
Mas sabe como
é que é... brinquedo novo.
O lugar que eu
mais gosto em Manaus é o meu quarto no Hotel Tropical. Um dos melhores ares
condicionados que eu já conheci.
Graças a isso
eu tive um exemplo de um fenômeno físico de forma didática.
Chama-se
condensação.
O 15 x70
morava no oásis comigo e o Oasis tinha uma vista para um pequeno parque (em
padrões amazônicos).
Abri a porta
para o parque.
Entrou um bafo
quente.
Resolvi olhar
o parque com o 15X70.
Passei por uma
barreira física.
Ao passar de
uma linha era fora do Oasis.
Olho pelo binóculo.
Não vejo nada...
Condensação. Ela acontece quando
uma superfície abaixo do ponto de condensação se encontra com o tal ponto.
Foi algo automático.
As lentes estavam muito abaixo do
ponto de condensação.
Estamos na “Rain
Forest”. Aqui se inventou o conceito de umidade...
Assim sendo eu
descobri um ponto de equilíbrio. Até onde eu podia me aproximar da janela e
continuar observando...
Eu não ia
perder a viagem...
Meio dentro meio fora e sem o binóculo tinha esta paisagem a disposição.
Meio dentro meio fora e sem o binóculo tinha esta paisagem a disposição.
Na barreira térmica... |
A foto que você vê aqui foi
feita com uma Canon 350 d, com uma lente 18 mm, com uma abertura de 3.6 e com
um obturador de 1,6 seg.
É muito
semelhante ao que percebo a olho nu olhando pela mesma janela.
Agora começa
um teste muito interessante e que pode ser útil na avaliação de um binóculo.
Olhando com o 15 x70 meu campo de visão era o
quadrado marcado em vermelho abaixo.
Neste campo eu percebo detalhes impensáveis
pela foto que você vê. E você vê (na foto)o que eu via.
Claro |
Através do 15x70 eu percebi relevos
no poste, folhas individuais na arvore e muito mais.
Esta é uma região bem clara na
foto.
Agora vamos tentar mais no escuro...
escuro |
Quando desloco a mira para os
arbustos na beira do gramado vejo claramente folhas individuais silhuetadas
individualmente ( aiiiiii!!! Eu sei que é de doer...Mas é um descrição bastante exata).
Como estou aqui fazendo um filme já imagino uma cena de suspense.
Um close, Duas mãos, também silhuetadas, passando algo de uma para outra e com os arbustos invocando uma mascara.
Veria-se claramente, com o 15X70, os dedos envolvidos na operação. Um anel de prata iria brilhar com magnitude - 4 ou mais.
É uma zona central de luminosidade.
Agora vamos olhar no escuro mesmo. O quadrado é maior porque é um belo campo. Tipo três na linha e gol pequeno.
Com o 15X70 se veriam os chinelos que são os dublês das traves.
escuro mesmo. |
Quando olho
pelo binóculo para o gramado em primeiro plano, que é negro na fotografia e que
por negro se entende ausência de informação na imagem da foto,
Percebo claramente folhas e vagens e etc... Repousando sobre o gramado.
Como estamos fazendo um filme penso logo que o contra regras é um filho d p e tinha picotado
um monte de papel alumínio pelo gramado.
Afinal eles fazem estas coisas...
Esta é uma área escura na foto. Muito escura.
Escura como breu...
Rapidamente entendo
que 70 mm implicam em muita luz e que por isto que se utilizam binóculos,
telescópios e afins... Não é porque eles aumentam a imagem (também), mas porque
eles “ aclaream”( do verbo clarear, combinado...) a imagem.
E assim
rapidamente percebi vários aglomerados abertos espalhados pelo gramado. Ele todo pontilhado por estrelas amarelas.
Um teste bem pratico.
E não perdi a viagem...