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segunda-feira, 12 de abril de 2021

Deep Sky Stacker X Sequator

 

     

     Recentemente recebi uma pergunta sobre minha opinião sobre dois diferentes programas de stacking.

Qual seria o melhor?

O Deep Sky Stacker ou o Sequator?  

Mesmo já sabendo a resposta decidi fazer uma espécie de Telecatch Montilla (os maisjovens nunca devem ter ouvido falar disso) entre os dois. Mas aqui não ia valer saco de groselha nem truques para enganar o espectador.

                O combate é simples.

Ambos os programas vão empilhar exatamente as mesmas fotos, serão utilizados 4 dark frames e ambas as fotos finais serão esticadas no PixInsight. Vou apresentar como resultado os  arquivos originais gerados por ambos os programas ao natural. Depois apenas com o Histograma esticado. E depois essa matriz com o Histograma esticado é tratada com uma máscara de luminância e tem apenas curvas aplicadas.  Sem grandes pirotecnias.  Vou até deixar as manchas do sensor sujo presentes. Bem raiz...

                 Os Light frames foram capturados se utilizando uma Canon T3 sem mod, uma lente Pentax 300 mm. Tudo montado sobre Mlle. Herschel. Uma Montagem equatorial HEQ 5 pro.

                A GNM foi fotografada sob um céu Bortle 6 ou 7.  As capturas  realizadas em raw.

                A Versão do DSS utilizada foi a 4.22.

                O Sequator é famoso por sua rapidez.

                O DSS demorou quase 6 minutos para realizar o stacking da GNM. 60 subs de 1 minuto ISO 1600.

                O Sequator realizou o mesmo processo em 4:23 minutos. Ele é bem mais rápido que o DSS. Mas acho importante lembrar que o DSS vem acelerando. Até recentemente estava utilizando o DSS 4.1.1. E demoraria muito mais tempo que os quase 6 minutos.

                Logo em uma primeira analise percebo mais detalhes no DSS. Seu autosave, Tiff 32 bits, embora lavado evidentemente carrega mais informação que o Tiff 16 bits do Sequator.

                Abaixo as fotos como saídas do forno.

DSS

Sequator; Repare que este não gira as fotos automaticamente


 

                Agora apenas com o Histograma esticado.

DSS Histograma esticado.



 

Sequator

                E agora com as máscaras de luminância e as curvas aplicadas.

 


                Parece claro que o DSS é muito mais poderoso.

                Mas, para ser justo, o Sequator é um programa útil. Quando fotografando fotos mais “a lá paisagem " e menos devotadas a objetos de céu profundo pura e simplesmente ele possui uma ferramenta bastante útil. Ele permite escolher ( fazendo uma mascara com o uso de um pincel) a parte da foto que você vai empilhar e congelar o primeiro plano. Mantendo assim a paisagem terrestre sem os borrões característicos do DSS. Sem a necessidade de se realizar um composite a posteriori para se encaixar o céu na paisagem. Ainda que você vá obter menos detalhes na parte celeste da foto. Mas em fotos típicas (como a Via Láctea sobre uma montanha e afins) os resultados serão muito aceitáveis e demandarão bem menos esforço. Mas esse recurso só funciona para foto sem acompanhamento. Ele vai empilhar e alinhar a parte celeste e manter o solo. Mas isso não se aplica se você tiver utilizado um acabeça equatorial. Boa para fotos wide field sem acompanhamento.   

                O DSS apresenta muito mais recursos que o Sequator. Existem diversos algoritmos para se realizar o empilhamento. Kappa Sigma, mediana, entropia e etc...

                Fora o recurso de Drizzle . O Sequator tem um recurso semelhante que integra 4 pixels em um. E pode se escolher áreas na foto a serem empilhadas. Assim como no drizzle do DSS. Mas os resultados deixam muito a desejar.  O Drizzle no DSS é infinitamente superior.

                O Sequator tem uma interface bem mais fácil que o DSS. Mas o DSS não chega a ser um programa com uma curva de aprendizado muito longa. Um rápido tutorial vai resolver todos os seus problemas.

                O Sequator me pareceu muito com uma versão envenenada do antigo Rot n´ Stack. Outro recurso legal é que no Sequator você pode , em vez de alinhar as estrelas, escolher o método star trails. E assim fazer , redundantemente, fotos de "Star Trails".

                Enquanto programa para stacking o DSS ainda segue liderando com mais de um corpo de vantagem. 

                Outro detalhe que observei é que o Sequator parece saturar mais as imagens. Apresenta um certo desvio para o magenta em objetos mais brilhantes. A Parte das cores no DSS necessitam de um programa de edição dedicado para se apresentarem em todo seu potencial. As fotos abaixo demonstram bem isso. São resultado da captura de 10 frames de 1 min em RAW ISO 1600. Foram submetidas ao pacote completo de tratamento. Poderia ter destacado mais cores no DSS se assim desejasse. Mas achei o  resultado mais natural do jeito que está. 

               

Sequator

DSS

                No Cloudy Nights vi uma bela definição: O Sequator serve para você ter uma ideia do potencial de sua captura. Rapidamente. Se essa mostrar potencial parta para o DSS.

                  Me recordo de rodar o DSS , nas antigas, com 4G de RAM. Mas se você pretende manter sua qualidade de vida e empilhar fotos recomendo pelo menos 8 G. Não tenho nem certeza se as versões atuais do DSS rodam com menos que isso. O Sequator fala em seu site que essa é a configuração mínima. 

                No nosso Telecatch o Ted Boy Marino é o DSS.


Versões do DSS; 

https://github.com/deepskystacker/DSS/releases?fbclid=IwAR3eoOVnSieEcEdoOlEDLM5qJmoriH_swdflW7xcPaSeUs3acuHp bokP5ME 


Sequator:

https://sites.google.com/site/sequatorglobal/download 



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