No
dia 4 a casa já ia mais vazia e a lua mais minguante e finalmente me digno a
montar Mme. Herschel e o Newton ( uma montagem equatorial HEQ5 Pro e um
Refletor de 150 mm f8 respectivamente). Não que os primeiros dias do ano tenham
passado em branco. Entre um copo e outro eu as vezes me esticava em uma cadeira
de praia e brincava com a buscadora 8X50. Me sentia como José Eustáquio,
Silvano Silva e o patrono de todos: Lacaille. Com minúsculos aumentos e uma
ótica duvidável explorava pequenos esfuminhos pelo céu e me divertia nos
grandes abertos que adoram buscadoras. E assim passava vários minutos passeando
pelas Híades , Plêiades e outros aglomerado mais obscuros na cauda do Cão
Maior. Me divertia em ver M 41 de forma discreta e M42 como um modesto borrão.
De
volta ao dia 4 me deparo com a triste realidade . Havia esquecido o pino que
fixa a cabeça ao tripé. Gritos , xingamentos e culpas mais tarde me conformo e
volto a buscadora. Na manhã seguinte vou até "O Parafusão" ( a melhor
loja de ferragens em um raio de vários quilômetros...) e consigo resolver o
problema. Um parafuso e uma arruela fariam o truque.
Ao
anoitecer as nuvens dominam todos os horizontes. Mas como sou teimoso vou em
frente. Realizara o alinhamento polar de forma a deixar José Eustáquio
orgulhoso. Simplesmente apontei o eixo polar para onde sabia que deveria estar
o sul e com o auxilio do "Angle Meter" ( um app que agora habita meu
celular) cravei 22 quase 23 graus. José embora tenha vivido no seculo XVII era
um amante da tecnologia... E voilá.
Exposições de 25 segundos por entre as
nuvens com estrela "quase" sem rastro.
Com
o horizonte leste com alguns clarões entre as nuvens realizei o alinhamento da
buscadora utilizando M 42. Pode parecer estranho utilizar um DSO para alinhar
uma buscadora mas tenho feito isto frequentemente. É bem mais fácil navegar com
a ocular 25 mm em campos conhecidos e ricos em estrelas do que em busca de uma
estrela solitária. Para alinhar o go-to de Mme.Herschel utilizei Sirius e
Alcyone. Em geral tenho utilizado Sirius e Aldebarã mas resolvi variar. A
precisão do mesmo ficou bastante satisfatória. Conhecendo o backlash da mesma
sempre conseguia ter meus alvos dentro do campo de minha ocular de
10 mm. Muito bom mesmo... Aproveito que já estou pela região e visito tanto as
Plêiades como as Híades com mais aumento. Ambas são alvos que definitivamente
ficam melhores na buscadora que no Newton.
Com
muitas nuvens no céu e com Órion em um buraco entre estas não poderia deixar de
iniciar a primeira noite de observação deste verão com M 42. Fiquei um bom
tempo namorado a Grande Nebulosa utilizando minha 25 mm. Depois parti para a 10
mm para imagens mais ginecológicas do Trapézio ( uma estrutura formada por 4
estrelas que reside no centro da nebulosidade...) . Chamei minha esposa para
dar uma olhada nesta beleza e ela pareceu tão encantada como sempre. Não muito.
Foi
interessante fazer algumas fotos de M 42 lutando contra as nuvens. O resultados demonstram bem quão nublada estava a noite.
Provavelmente
saudoso das histórias de José Eustáquio e com a Popa da finada constelação de
Argos em boa posição entre as nuvens me deparo com Naos , a estrela que deveria
ser Alpha Puppis mas que não é pois como a Constelação de Argos foi desmembrada
por Lacaille a popa da navio dos Argonautas se tornou uma constelação inteira e
que tem como estrela mais brilhante Zeta Puppis ( outrora Zeta Argus)...
Na
popa do Barco que conduziu os Argonautas em sua busca pelo velocino e na Armação do Búzios
só me restava lembrar do mitológico José Eustáquio , um pescador astrônomo e
que que se referia a aglomerados abertos como cardumes de estrelas. E desta
forma me lançar a uma pescaria de corrico celestial.
Premiado
pela minha insistência acabo por conseguir observar e fotografar 3 belos abertos nos arredores de Naos. Ngc
2477 era um dos últimos objetos do Catalogo Lacaille que me restava fotografar.
Não é mais... Este forma com Ngc 2451 uma espécie de aglomerado duplo e que
podem ser observados no mesmo campo com binóculos ,buscadoras e mesmo em
telescópios . E assim mais peixes na
linha.
Ngc 2477 - 11X20seg 1600 ASA |
Ngc 2451 |
Outro
belo cardume é Cr 135. Dominado pela brilhante Pi Puppis ( uma estrela muito
vermelha) é um daqueles abertos pouco falados mais que deveriam ser mais
conhecidos . Um belo objeto do Catalogo J.E.S.S. Já fotografei este aberto em outro fim de ano. Nos tempos de minha
falecida Canon antiga...
Depois
disto o tempo fecha de vez e recolho o
circo. Para aproveitar o alinhamento polar satisfatório embalo tudo com vários
sacos plásticos e me retiro ainda a tempo de ver o jornal. Mas acabo vendo
Masterchef com as crianças que já dominavam a televisão...
O
dia seguinte se apresenta sem uma única nuvem no céu. Fiquei impressionando
como um céu de brigadeiro pode se tornar coberto de nuvens em tão pouco tempo.
Por volta de 17:00 horas uns poucos rabos de galo surgem sobre a praia de
Geribá. As 19:00 o céu esta totalmente encoberto. Mas com tudo no lugar fico
sentado em uma cadeira de praia ao lado do telescópio. E assim entre as nuvens
capturo alguns cardumes. M 37 em Auriga é provavelmente meu favorito entres os
Messier´s de Auriga. Capturei os três. Não mais que 15 fotos de 20 segundos de nenhum deles . 1600 ASA.
M 35 acabou se apresentando... |
M 36 |
M37 |
M38 |
José
Eustáquio , bom marinheiro, sempre defendeu que nas noites em que se conseguia
perceber facilmente o aglomerado no pé de Gêmeos era sinal de sol de rachar no
dia seguinte. É claro que se referia a M 35.
Sendo este o mensageiro do bom tempo deveria ser mau presságio sempre que
eu pensava em apontar em sua direção o
horizonte norte fechava por inteiro quase instantaneamente. E assim acabei me dirigindo a um
interessante e menos manjado aberto em Touro. Ngc 1647.
Tento
novamente M1 mas dentro do domo de Luz da Armação é um alvo difícil e que não
rende nada....
A
observação aqui em Búzios é sempre melhor quando se almeja ou o Horizonte Leste
ou Oeste. O Horizonte Sul luta contra o
domo de Cabo Frio. E o Norte contra a Armação. Cabo Frio embora mais distante é
muito maior e seu domo embora menos intenso se espalha por uma grande área do
céu. Já o domo da Armação é mais obvio mas menor.
Finalmente
se abre uma janela entre as nuvens liberando a região de Puppis , do falso
Cruzeiro e mais um pouco. Namoro alguns abertos na região. E revisito a Tarantula. É provavelmente a
melhor foto que já fiz desta nebulosa extragaláctica.
Tarantula -Ngc 2070 |
Meu
irmão chega do Rio por volta de 2:00 da manhã. Com a noite mais aberta e Júpiter no céu decido
fazer uma visita ao maior dos planetas. Curiosamente em noite outrora tão
enevoada a transparência se apresenta boa e o seeing idem... Nunca tinha visto
Júpiter com tanto detalhe. As luas galileanas alinhadas e a grande mancha
evidente. Utilizando minha 17 mm e um barlow 2X
fiquei horas observando Júpiter. Bem como os convivas... Meu irmão que
não bebe nada ha mais de 20 anos começa a pagar o preço de tanta sobriedade e repete
sem parar que Júpiter é o guardião da terra , nosso grande protetor e toda a ladainha Halle -Bop da vida. Ele
adora Blake e todo aquele papo
misticóide.
Visito
e capturo mais diversos abertos. Tento novamente capturar a Nebulosa da Roseta.
Em
noites muito enevoadas é difícil conseguir capturar tênues nebulosas. Vai
sempre ocorrer muito ruído em suas fotos.
M 78 é um exemplo claro do que pode acontecer... E ainda vacilei no foco.
M 78- Só ruído; Visualmente estava melhor... |
A Roseta vai ter que aguardar outra chance ... Talvez aconteça algo se um dia
eu tentar alinhar as mais de 70 fotos no Rot n´ Stack. No DSS não deu certo...
M 79
foi o único globular da temporada. Aproveito uma rápida janela e o
capturo para posteridade.
M 79 |
Certamente a "estrela" da noite foi a Tarantula na Grande Nuvem de Magalhães. (Ngc
2070). Uma eterna favorita e a primeira entrada do Catalogo Lacaille ( Lac 1 I)
Irei
adiar minha partida ao máximo... Mas não conto isto para ninguém.
Finalmente lua nova e uma noite sem nenhuma
nuvem no céu...-Ohh , glória!!!
Na véspera eu percebera que Júpiter trafegava
entre Leão e Virgem ( o convívio com o meu irmão começava a me afetar...) e
assim penso : - O tripleto de Leo. M66 , M65 e uma Ngc que nunca lembro o
numero. Seria uma longa noite. Afinal
meus alvos primários só seriam viáveis depois das 2:00.
Começo
a noite alinhando o go-to novamente utilizando Sirius e Alcyone. E como é cedo
decido me dedicar novamente a M 42 enquanto os DSO´s que realmente desejo não se chegam ao
outside...
Vai
tudo correndo bem. A noite ainda vai se iniciando e em terra de cego quem tem
telescópio só se f... Todo mundo
acende luzes , velas , isqueiros e
sempre resolvem se confraternizar onde você planeja observar. Como eu tinha tudo planejado já tinha levado
isto em conta e M 42 é capaz de sobreviver a tudo isto. Vou fazer varias fotos
e tentar finalmente fazer uma foto a altura da vitima. Utilizando meu novo
método de "Acompanhamento" tudo parece correr bem. Até que minha cunhada decide tomar uma
ducha e liga a bomba de agua. Pronto.. Um monte de rabiscos no LCD da câmera e
eu apavorado tentando descobrir porque tudo parara de funcionar. Descubro que quando a bomba é ligada a tomada
de onde alimento a Mme. Herschel ( uma cabeça equatorial HEQ 5 pro da
Skywatcher) com energia se suicida e
algum disjuntor desarma...
Revisitando o Aglomerado de Tau Canis Majoris 3X Drizzle |
Com
tudo corrigido e com Mme. Herschel devidamente alimentada a partir de uma outra
tomada refaço todo o alinhamento. Sirius e Alcyone novamente. Mas na hora que a
cabeça se dirige para Alcyone percebo que esta cruzou o meridiano e não se
presta mais a função. Você deve preferir utilizar duas estrelas do mesmo lado
do meridiano quando alinhando o Goto de sua montagem. Esta escrito no
manual...Começo de novo e Sirius e Aldebarã fazem o serviço.
Nas
próximas noites eu planejo levar a astrofotografia mais a sério. Geralmente a
pratico como um complemento de minhas observações. Especialmente quando
tratam´se de aglomerados abertos (que amo de paixão) me bastam uma ou duas
dezenas de exposições; Na verdade não gosto de registros muito pirotécnicos que
fazem dos registros mais arte que observação. Mas quando se tratam de alvos mais
difíceis e que muitas vezes quase não são percebidos na ocular seria uma
bobagem não aproveitar o maior poder de
fogo dos modernos sensores fotográficos. Mas isto implica em mais capricho , mais
frames capturados , mais paciência e pós processamento. E assim serei um pirata menos sanguinário
neste final de temporada. Passarei mais tempo com os navios que irei saquear...
Com
tantas aventuras o alvo inicial já chegou em boa posição para o ataque. A
Nebulosa do Esquimó em Gêmeos. Não é um alvo fácil pois com apenas 9´´ é dificil de se destacar na multidão. Mas Mme.
Herschel , Sirius e Aldebarã combinaram me ajudar e consigo que a nebulosa
planetária se apresente senão centralizada pelo menos no canto da ocular de 10
mm. Esta revela uma estrela levemente desfocada
e bem azul. Com aquela pinta de disco planetário que batiza as ditas nebulosas
deste tipo de planetárias. Com esta eu
completo mais um capitulo de um de meus primeiros livros de Astronomia. Turn
Left at Orion. Com o Eskimó completo o capitulo dedicado aos meses de Inverno
.Os livros são sempre escritos com o hemisfério norte em mente. Falta ao
brasileiros o que chamo de folclore astronômico. Não possuímos em nossa
literatura clássicos devotados a astronomia observacional nem autores classicos
como Putnam , Webb e mesmo os mais atuais Houston, O´meara , Harrigton , Consolmagno
e cia. A astronomia se encastela e não temos tradição de fazer da ciência uma coisa
do nosso dia a dia e do homem comum. É uma pena . Brasil...
Ngc 2392 |
Mas
ainda em Turn Left at Orion eu tento M1 . Continua se recusando a comparecer
dentro do domo de luz da Armação. Outro objeto do livro que me sacaneará esta
noite é Castor . Não consigo separar as componentes desta dupla com nenhuma
combinação de ocular e barlow. Mesmo com 240 X não arrumo nada...
Depois
de fazer mutas fotos de Ngc 2392 ( o
Esquimó ou a nebulosa Cara de Palhaço) eu me preparo para a longa espera ate o
nascer de Leão. Júpiter dará o alarme...
Enquanto
isto passeio por Câncer ( a derrota planejada para noite era altamente
zodiacal... Touro , Gêmeos , Câncer e Leão eram as constelações por onde
pretendia passear) .
M 67 é um lindo aberto e bem mais delicado que M 44. Ambos são visitados. M44 possui varia duplas que me levam a lembrar que Câncer possui varia estrelas múltiplas dignas de nota e que nunca visitara. E Contando com o Auxilio luxuoso de Mme. Herschel e seu sistema de goto acabo conhecendo Iota Cancri. Vai ser uma nova favorita. Uma dupla sensacional. Do naipe de Albireo embora bem mais difícil de ser localizada. Na ocular ( 17 mm + Barlow 2X) o contraste entre a primaria amarela e a secundaria azul é lindo.
M 67 é um lindo aberto e bem mais delicado que M 44. Ambos são visitados. M44 possui varia duplas que me levam a lembrar que Câncer possui varia estrelas múltiplas dignas de nota e que nunca visitara. E Contando com o Auxilio luxuoso de Mme. Herschel e seu sistema de goto acabo conhecendo Iota Cancri. Vai ser uma nova favorita. Uma dupla sensacional. Do naipe de Albireo embora bem mais difícil de ser localizada. Na ocular ( 17 mm + Barlow 2X) o contraste entre a primaria amarela e a secundaria azul é lindo.
Depois
desta visito, por indicação do Synscan, Theta 2 Câncer. Uma dupla bem apertada e
com um contraste menos acentuado mas bastante interessante . Uma graça.
Júpiter
surge o no horizonte leste. Curiosamente apesar da noite muito mais limpa e
menos enevoada ele não apresenta metade dos detalhes que vi na véspera. É
engraçado que na noite mais sem nuvens e teoricamente mais seca eu tenho mais
condensação presente no tubo do telescópio. Nada que chega a comprometer mas é
estranho que na noite sem nuvens eu tenha menos transparência e mais
umidade... Me preocupo com relação a
próxima etapa. Transparência e Galaxias se gostam...
Digito
M 66 no Synscan de Mm. Herschel e começo a procurar pela dupla de galaxias. Não
as percebo imediatamente. Mas sei que elas estão no campo.
Todas
as pessoas tem um olho dominante. eu , por exemplo, só consigo piscar meu olho
esquerdo e assim meu olho dominante é o direito. Sempre ,ou quase, observo com
ele. Mas segundo meu oculista eu vejo melhor com o olho esquerdo. Acho que o
convívio com meu irmão esta me influenciado mais do que supõe a vã filosofia. E
assim inicio um exercício capaz de abrir as portas da consciência. Fechando o
olho direito com auxilio de minha mão utilizo o esquerdo na ocular. É um
recurso extremo em busca de meus alvos. Funciona. Percebo que duas tênues
estrelas de campo são acompanhadas de leve nebulosidade. Uma mais evidente que
a outra. São os núcleos das galaxias que caço. Instalo a câmera , aumento o ISO
para 3200 e a exposição para 25 segundos.
É golllll!!!!.
M66 e M65 |
O
novo método de acompanhamento é na verdade mais um método de correção . Com a
imagem no LCD da câmera eu marco a posição de uma estrela brilhante com auxilio
de um papelzinho cortado como uma seta. E assim a cada x exposições corrijo o
desvio entre as fotos . Desta forma consigo minimizar os danos de um
alinhamento polar menos que perfeito. Com a velocidade de movimento do Synscan
regulada em 2 eu dou pequenos toques no controle de direção ( descubra qual é a
direção do desvio utilizando paciência0 e assim o drift a final de dezenas de
exposições não leva a catástrofes como a da foto abaixo... Não chega a ser um
acompanhamento feto com auxilio de uma câmera e um software dedicados mas ajuda
bastante .
Já
vai alta madrugada é vejo Corvus no céu. Com o sucesso ainda me embriagando
decido ajudar a embriaguez começo a dar pequenos shots de vodka enquanto me encaminho
para M 104. A Galaxia do Sombreiro.
M 104 - O Sombreiro |
Esta
se apresenta na ocular facilmente mesmo com visão direta. Faço mais de 50
fotos.
A
noite foi sensacional e uma das sessões de astrofotografias mais recompensantes
que já tive. Me resta sentar na cadeira de praia e testar os limites de minha visão a olho nu enquanto
me embriago de céu e vodka...
No
dia seguinte fiquei em casa processando os resultados da véspera . Nem fui a
praia... O Dia esta mais nublado mas não chega a me preocupar.
De
noite desafiando as nuvens resolvo fazer uma brincadeira diferente. Utilizando
apenas os anéis de montagem do Newton monto a Canon como em Pigback. Com a
70-300 mm @ 70 mm f6.3 descido tentar a
sorte e realizar a manjada e difícil foto de Órion que captura a Nebulosa
Cabeça de Cavalo, a Nebulosa da Chama ,
M42 e The Running Man tudo ao mesmo tempo e agora. Depois de mais de 100 exposições acho que
tenho alguma chance.
Na
manhã seguinte seleciono as fotos e a grande presença de nuvens me permite
escolher 91 fotos para o processo de empilhamento. Foi pouco. A transparência
na noite anterior não era nem de longe suficiente para a missão. M 42 da as caras mas mesmo a Nebulosa da
Chama ( que não é exatamente dificil...) só é um apagado registro...
Como
acabei por conseguir adiar o retorno para o Rio por mais um dia aproveito que a
Noite de Domingo se apresentou com condições excelentes e refaço todo o
processo e além. Começando cedo consigo Capturar 217 frames antes de Orion cruzar o meridiano.
Se não conseguir nada desta vez vou processar a Canon...
Como
já tinha percebido Mme. Herschel estranha trabalhar com pouco peso e depois de
3 horas acompanhando B 33 e cia. Ltda. ela trava ao pedir que se dirija para
outro endereço. Aproveito para colocar o Newton de volta a batalha.
Apesar
de ter dito acima que não se deve utilizar estrelas de lados distintos do céu
faço exatamente isso e curiosamente consigo um alinhamento do Go to bem
aceitável.
No
cair dos panos e quase sem bateria na câmera tento um alvo que me iludiu a
temporada inteira. M1. Ainda bem que insisti. A percebo visualmente com a
ocular de 25 mm e acabo conseguindo 25 fotos da mesma antes de a bateria abrir o bico... Ha anos M1
me envergonhava e nunca a conseguia fotografar.
M 1 |
Para
encerrar a temporada decido brincar mais de estrelas duplas. A grande novidade foi 135 Canis Majoris.
Conhecida como a "Albireo de inverno" pelos observadores boreais esta
é uma versão miniatura da famosa dupla de Cisne. Sensacional.
Estrelas
duplas são um divertimento garantido para astrônomos urbanos e atormentados
pela poluição luminosa. As "favoritas "assim o são chamadas por
diferentes razões. O Contraste de cores de suas componentes , dificuldade em se
separar pares muito "apertados" , a diferença de magnitude entre seus
membros ou todos estes juntos são as
principais...
Rigel
é uma delas pela diferença de magnitude entre a primaria e a secundaria.
Para
encerrar uma longa e frutífera temporada visito uma bem apertada. h 375.
Agora
é desmontar tudo e voltar para o Rio. O ano já começou e tenho contas a pagar e
preciso fazer dinheiro. Tenho milhares de fotos para processar e estou com
saudade de casa.
M 93 também fez uma visita |
Este
ano não prometi que iria pra de fumar ou de beber. Pretendo apenas diminuir o
Rock n´ Roll .Mas comprei uma camiseta dos Ramones e outra do Sex Pistols em
uma promoção na "The House of Rock
and Roll" no Shopping da Armação.
Comprei também uma ocular Plossl de 40 mm que não chegou a tempo de
acompanhar-me na viagem...
Que
venha 2016.
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