Auriga é uma das 48 constelações
ptolomaicas. Para nós , bem abaixo do equador, ela marca o limite norte da Via Láctea que se
estica para Cassiopéia já escondida da maioria de nós, Australis. A própria Auriga
não é visível a partir de 34º sul.
Capella é sua estrela mais brilhante e se
apresenta baixa no horizonte norte carioca.
Auriga é a palavra latina para Cocheiro e
a constelação representa Erichthonius, filho de Hephaestus e que foi criado por
Athena. Muito inteligente foi o inventor da Quadriga, uma biga puxada por quatro
cavalos, que foi primeiramente utilizada em batalha contra o usurpador do trono
de Atenas Amphyction. Por causa deste evento Erichthonius foi feito rei de
Atenas e como a Quadriga foi feita a semelhança da carruagem do Deus Sol Zeus o
colocou entre as estrelas.
Sendo banhada pela Via Láctea diversos
aglomerados abertos se hospedam nesta Carruagem celestial.
Mas três deles são clássicos que não
deveriam deixar de ser conhecidos por qualquer astrônomo amador possuidor de
aparelhos de qualquer tamanho.
Os três foram descobertos Giovanni Batista Hodierna anteriormente a 1654. Usando um refrator bastante modesto...
Para Localizar M 36, 37 e 38 primeiro
localize Capella (Alpha Aurigae). Depois localize El Nath (Beta Tauri). Com
elas localizadas perceba as mais discretas Theta Aurigae e Iota Aurigae. Estas estrelas formam um inequívoco pentágono no
horizonte norte.
Na Buscadora você conseguirá perceber os três
DSO. Ainda que pequenos e apagados.
Ao sul de Capella e aproximadamente no
meio do caminho entre Iota e Theta você vai localizar M36. Movendo pouco mais
de meio campo de Buscadora para o oeste e levemente ao sul você vai perceber
M37. E Meio campo a leste e um pouco a norte vai achar M38. Encontram-se bem próximos.
M36 vai parecer um disco de estrelas levemente
mais denso e mais brilhante em direção ao seu centro. Perceba uma bela dupla no
centro do aglomerado. Quanto maior seu telescópio mais estrelas vão se
resolver. Em telescópios pequenos as estrelas mais brilhantes ficarão envoltas
em uma bruma brilhante. Da trilogia Messier em Auriga M36 é o mais interessante
em pequenos telescópios. Use pouca
magnificação.
M 36 possui cerca de 60 estrelas que se
espalham por uma área de cerca de 15 anos luz. Esta localizada há 4000 anos luz
de nós. A maioria de seus membros são
estrelas do Tipo B. Brilhantes, azuis e quentes...
M37 se apresenta para pequenos
telescópios como uma nuvem oblonga de luz com poucas estrelas se resolvendo (cerca
de cinco). Uma estrela alaranjada junto a seu centro irá se sobressair. Assemelha-se a um globular em meu 70 mm. No
150 mm começam a se resolver muitas estrelas e desaparece a sensação de uma
nuvem de luz. Utilize maiores magnificações. Em telescópios grandes M 37 é o
mais interessante da Trilogia.
Este aglomerado é bem maior que M36
composto de centenas de estrelas com cerca de 150 ao alcance de meu 150 mm. As
estrelas se espalham por cerca de25 anos luz e se encontram há aproximadamente
4500 anos luz.
M 38 se resolve mais facilmente que M37 e,
em pequenos telescópios, se apresenta como uma nuvem de luz com certa
granulosidade onde cinco estrelas se resolvem facilmente com visão direta e uma
dezena de outras com periférica. Dependendo de quão escuro for seu céu elas se
resolverão com direta também.
Difícil de perceber pela buscadora ele se
apresenta como uma coleção meio frouxa de estrelas mesmo ao telescópio. Não
percebo nenhuma estrela dominante no aglomerado. Mesmo com o 150 mm não o
resolvo completamente.
Este aglomerado é composto de cerca de
100 estrelas e se espalha por 20 anos luz. Esta há 4000 anos luz da terra.
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