15 exp. 15seg Canon 350 d Newton 150mm F8 |
Ngc 2362 ou o aglomerado de Tau Canis
Majoris é um aglomerado aberto muito interessante.
Este ainda responde pelo apelido de “The
Mexican Jumping Star”. Não me perguntem
o porquê.
Apesar de tudo isto ele é ofuscado por M
41. Quando se pensa em Cão Maior o objeto Messier é sempre o primeiro DSO a ser
lembrado. Não chega a ser uma injustiça. Mas é, no mínimo, uma boa chance de se
ficar calado. Eu particularmente acho 2362 muito mais charmoso e original que
seu companheiro de constelação.
Talvez por sua estrela principal ser tão
brilhante e esconder seus atrativos com baixas magnificações.
Enquanto M 41 revela sua natureza
facilmente em qualquer buscadora Ngc 2362 se apresenta disfarçada de estrela.
Alias uma estrela bem brilhante.
Recentemente resolvi fotografar 2362 e
rapidamente realizei o fato. Partindo de Wezen (Delta CMj) eu imaginei que
seria fácil localizar o aglomerado. E é. Tão fácil que demorei a realizar quem
era a peça. Eu já o tinha visitado anteriormente e tivera o mesmo problema. Mas
esqueci. A primeira vez a gente esquece...
Imaginando que perceberia alguma nebulosidade,
que denunciam aglomerados abertos, não vi nada. Depois de consultar o Sky Atlas2000 (adoro observar sem usar o computador e adoro mais ainda o meu Sky Atlas)tive certeza que o mesmo se encontrava no campo. E se encontrava. Era a estrela
mais brilhante. Em um campo muito rico.
Um campo rico... |
Incrédulo me dirigi para ela e ao olhar pela
ocular vi o que queria ver . Usando a 25 mm eu tinha 48X de aumento. Foi mais
que suficiente. Ela se resolveu em um aglomerado bem condensado ao redor de uma
estrela brilhante e cheia de spikes...
Seu formato remete a um globular. Mas sua
natureza é obviamente outra.
Me recordo do catalogo Collinder, onde os
aglomerados são classificados por tipo. Eu usaria 2362 como um dos tipos.
Embora o mesmo seja classificado no mesmo como do tipo μ Norma eu
acho ele muito mais representativo. Na verdade não localizei nenhum aglomerado
relacionado a μ Norma.
O aglomerado
foi descoberto por Hodierna e apresentado em seu catalogo publicado em 1654.
Mas como este mesmo catalogo só foi redescoberto nos anos de 1980 ele foi
achado novamente por Herschel (pai) em 4 de março de 1783. È a segunda
descoberta de Herschel. No mínimo uma honra. Este posteriormente o catalogou
como H VII. 17 baseado em suas medidas realizadas em 6 de março de 1785.
O aglomerado
possui cerca de 60 estrelas e é bem jovem. Ao redor de 25 milhões de anos. Tão
jovem que é ainda associado à nebulosidade que lhe deu origem. Burnham destaca que apesar de ser associado a
uma nebulosa (membro do catalogo Sharpless) o mesmo não se encontra envolto
pela mesma. Provavelmente devido aos ferozes ventos estelares criados por suas estrelas,
em especial Tau Canis Majoris.
Tau é uma
estrela do tipo O8. Uma super gigante. Ela é o membro mais brilhante de um
sistema binário espectroscópico e brilha com magnitude de 4.3. Ha um paper que alega que existem pelo menos cinco membros observaveis neste sistema e que no mesmo existem as duas estrelas do Tipo O mais proximas conhecidas (o par espectroscópico) . Uma orbitaria a outra em menos de 2 dias. Estas estrelas se apresentam, em um exercício de imaginação, com a forma de "dois ovos" A massa do
sistema esta por volta de 40 a 50 massas solares. Se a estrela (Tau Canis Majoris) for, de fato (tudo
indica que é), membro do aglomerado que se encontra a 5000 anos luz ela será uma
das super gigantes mais brilhantes conhecidas. Magnitude absoluta de -7.
Uma luminosidade equivalente a 50.000 sóis.
Como Tau é uma
estrela tão brilhante pelo menos um membro do aglomerado é visível a olho nu. E
assim o aglomerado se faz um excelente alvo para fotografia. O foco se faz fácil.
Basta fazer de Tau um ponto.
Gostaria de
destacar que 2362 é um alvo interessante para qualquer telescópio. Como um alvo
binocular é mais sem graça. Com meu 10x50 é uma estrela brilhante. Com o meu
15X70 percebe-se que não é bem assim. Mas não chega a ser um “showpiece”.
Com meu 70 mm ele vira gente grande. No 150 mm ele resiste a grandes ampliações (300x)
e é ”o tal”. (ou seria “o Tau”...).
Jake Saloranta
(um observador bem experiente) o descreve assim através de um Konus de 75 mm
com 126 X.
“Facilmente visível
mesmo a 5º de altitude e com a pequena abertura. O aglomerado se encontra ao
redor – especialmente ao sul- de Tau Canis Majoris e apresenta poucos membros e
um brilho ao fundo.”
Já o famoso
Steve Gotlieb o descreve assim usando um telescópio com mais de 400 mm e um
aumento de 100X:
“” Este é um maravilhoso,
uniformemente rico, aglomerado ao redor de Tau Canis Majoris que se encontra
levemente fora do centro. Uma cadeia de estrelas orientadas WNW- ESSE lhe dá um
aspecto triangular (não concordo...). Cerca de 60 membros. 6´ de diâmetro.
Ngc 2362 é uma
das ”estrelas da estação” estando disponível desde cedo e um alvo perfeito tanto para observação visual como
para astrofotografia.
Para os
astrofotografos de estomago forte e competência idem registrar a nebulosidade
associada é um desafio dos mais interessantes.
Esta é da NASA e apresenta Sh-310 |
Ela responde pela sigla Sh-310.É uma nebulosa gigantesca. Um membro do
catalogo Sharpless de regiões H-III.
bela aula astronômica []s sergio
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