Vem chegando o verão. Orion começa a acender no horizonte nordeste logo com o por do Sol.
Hospedando a azulada Rigel. Esta uma estrela dupla que é sempre um desafio.
Com a super gigante Betelgeuse que aguarda o momento para seu grande show final.
A Brilhante Belatrix de Bônus.
No seu cinturão carrega um dos asterismos mais conhecidos do céu.
Neste vem pendurada a espada do caçador com a nebulosa mais famosa do céu. M42.
Esta dispensa apresentações e buscadora
Claramente visível a olho nu mesmo em áreas suburbanas.
Orion domina o céu do verão
Mas desta vez não vou falar de um desafio fácil. Em um post recente falei a respeito de observar a Nebulosa Cabeça de Cavalo a olho nu. Vai ficar mais dificil.
Desta vez vou apresentar uma nebulosa um pouco mais obscura (perdoem um trocadilho...). O Loop de Barnard.
.É o mesmo Barnard da história da Cabeça de Cavalo. Aliás, ambas tem muita coisa em comum. Foi também registrada primeiramente por Pickering em uma chapa fotográfica feita no Monte Wilson. Barnard a registrou também através de foto quatro anos mais tarde. 1894.
Catalogado como Sh 2-276. O catalogo Sharpless trata de Regiões HII no céu
Apesar de citar em suas anotações o trabalho de Pickering extensivamente Barnard foi quem levou as honras.
Trata-se dos restos de uma supernova. Um imenso, tênue arco de gás inflamado. De certa forma semelhante a mais conhecida Nebulosa do Véu em Cygnus. Mas maior. Caso forma-se um circulo completo teria algo como 10 graus de diâmetro e estaria quase centralizada na espada do caçador. Sua metade Leste é bem definida . Já a oeste é quase inexistete e percebida apenas em alguns pontos.Cruza a constelação toda. E tem sua origem ainda em discussão. Outra hipotese é que ele seja fruto de varias explosões de supernovas...
Freqüentemente fotografada são raros os relatos de observação visual deste imenso segredo de Orion.
Mas ha mais coisas entre o céu e a terra que os aviões de carreira. E assim o primeiro registro visual que encontrei de uma observação do Loop foi do grande Walter Scott Houston.
Scott foi o cabeça da Coluna “Deep Sky Wonders” na Sky and Telescope de 1946 até 1993. Foi talvez um dos maiores observadores de todos os tempos. E avistou a Loop a olho nu. Ou quase. Ele já havia tentado com um 250 mm, feito por ele mesmo. Um refrator Clark de 150 mm e outro Clark de 350 mm. E nada.
Acredito que o tamanho do Loop seja demais para observar com telescópios
E é um caso típico da tal história que você não vê a floresta só porque viu uma arvore. Aqui é o conjunto da obra. Perceber pedaços dele não é o que interessa.
Quando ele já considerava o Loop um objeto somente ao alcance de fotografias ele foi realizar testes com um filtro recém lançado pela Lumicon. O III.
Ao acaso avistou o objeto. Usando apenas o filtro e um pano preto sobre sua cabeça. Sua mulher viu também.
Repetiu o feito de lugares mais escuros diversas vezes utilizando filtros UHC (ultra high contrast).
Ele mesmo indica registros de mais dois amadores, Richard Johnson e John Bartels, que tambem realizaram o feito utilizando a mesma técnica.
Por outro lado também existem registros de pessoas terem tentado com telescópios de 100 mm, de campo rico, debaixo de condições ideais e sem o uso de filtros. Todos eles terminam em desespero, amargura e uma ocular vazia...
Nos tempos do filme era um grande feito registrar o Loop de Barnard.
Por incrível que pareça este objeto tem varias coisas em comum com a brilhante M42. Assim como ele faz parte de grande nuvem molecular de Orion, a cerca d 1600 AL. Seus gases são incandescidos pela estrelas que residem dentro da grande nebulosa de Orion. E assim como sua companheira mais famosa não precisa de buscadora. Olhe em direção a Orion através de um dos filtros indicados pelo grande Scott e veja a bagaça. Ela se espalha por toda a constelação.
Nuca nem tentei. Mas como vou viajar voltarei com um UHC na bagagem...
Não tem mapa hoje. Só uma foto.
O Loop se apresenta sozinho e não precisa de buscadora.
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