Existem
dezenas de programas para realização de astro fotos. Não é a intenção deste
post apresentar todos. Foi me concentrar, especialmente, nos que uso com mais frequência.
E também contar um pouco da história e da evolução destes programas. E falar de algumas novidades ...
Me
lembro, lá nos primórdios da minha aventura astro fotográfica, ainda com uma
cabeça equatorial EQ 1 sem acompanhamento e utilizando uma camereta Point and
shoot adaptada em uma ocular de 20 mm no Galileo (um refrator 70 mm F 13) com
um tubo feito com cartolina e fita crepe....
Eram
tempos de Rot n´ Stack. Na época eu achava o máximo os resultados que conseguia
com o mesmo empilhando dezenas de fotos com1 ou 2 segundos de exposição. Era tudo
muito tosco e o Olavo de carvalho ainda era um cara que a gente ia sacanear no
Grupo dele no Orkut. Sua filosofia era do mesmo naipe do Rot n´ Stack. Algo
mais para pop art que para Astrofotografia. Felizmente, para a astrofotografia,
os programas de stacking evoluíram rápido e muito. Já o Olavo e seus Olavetes
caminharam rumo e idade média a passos ainda mais rápidos. Se as notícias foram
ótimas para astrofotografia não foram tão boas para o país.
De volta ao Rot n´Stack. O
Programa era bem simples. Você carregava todas as fotos que pretendia empilhar
e ia, de uma em uma, marcando dois pontos de referencia para serem utilizados
no empilhamento. Um com o botão direito do mouse e outro com o esquerdo. Ele
podia fazer isso de forma automática. Mas isso só funcionaria se sua captura
fosse perfeita. Com todos os frames idênticos e sem nenhum drift entre elas.
Com uma montagem eq 1 isso nunca vai acontecer. Mesmo com uma E Q 5 sem
acompanhamento. E assim para se empilhar 100 fotos era necessário dois clicks
para cada foto. E mais um para mudar a foto. Com isso eram, no mínimo 300
clicks de mouse para se empilhar 100 fotos. O programa devia vir com um plano
de saúde “bundled” para tratar dos problemas associados ao movimento
repetitivo. Depois disso ele gerava 4 arquivos
finais do que tinha sido empilhado. Um chamado “Min”, o outro “Med” o Outro
chamado “Max “e por fim um chamado “Sort”. Um tinha a foto final com os pixels de
menor brilho registrados (Não sei porque), o Outro com os médios (em geral o
mais realista), ou outro com os mais brilhantes (que costumava a parecer algo
meio estranho) e o Sort. Que podia apresentar resultados extremamente
criativos... Só aceitava frames em Jpeg ou PNG.
Como
seu processo era totalmente manual ele empilhava qualquer coisa. Mesmo que sua
captura fosse um monte de rastros de estrelas...
Com
a evolução do meu equipamento e a chegada de Hipatia ( uma cabeça equatorial
EQ3-2) e do Newton ( Um refletor 150 mm
f 8) as capturas tiveram uma grande melhora e minhas fotos começaram a ser
aceitas ( ainda que na maioria das vezes com um threeshold baixo) pelo Deep Sky
Stacker. Esse sim um senhor programa para empilhar as fotos e melhorar a razão
sinal ruído de suas imagens. Acho que a primeira versão que utilizei foi a
2.0.10. Nela foi adicionado o método de stacking Kappa Sigma. Anteriormente o
mesmo só possuía o HDR e o de Media auto adaptativa (auto adaptative weighted
average). Sempre utilizei o HDR. É o mais eficiente e o que demanda mais
memória de seu computador. Nas primeiras versões e no meu antigo lap top reindeirar
100 fotos podia demorar algumas horas. Atualmente As coisas demoram minutos. O
Processo de stacking de seus light, darks, flat e bias é totalmente automatizado
e a interface super simples. Outro recurso ótimo é o de drizzle que permite
ampliar áreas destacadas de seus light frames e extrair mais detalhes destas áreas.
Esse processo foi criado para se trabalhar com as fotos do
deep field do Hubble.
O
DSS é o melhor programa de stacking gratuito com larga margem. E eu (não estou
só nessa opinião) acho ele o melhor no conjunto da obra. Embora existam
diversos programas que empilham e editam pagos e com altíssima qualidade o
processo de stacking no DSS é muito mais simples, rápido e eficiente. Por exemplo,
empilhar no PixInsight é a maior trabalheira para obter um resultado muito
semelhante. Pra mim o melhor é empilhar no DSS e depois editar no PixInsight
1.8. O DSS apresenta algumas funções de edição.
Mas são bem rudimentares. Embora na versão atual a ferramenta de saturação
tenha melhorado muito em relação aos primórdios. O DSS vai gerar um arquivo
final (autosave) no formato tiff ou fits, ao gosto do cliente. Em 32 Bits. E pode
também gerar um ficheiro com 16 Bits. Nem todo programa de edição abre seu
arquivo 32 Bits... O DSS trabalha mais rápido
e os resultados são consideravelmente melhores se suas capturas forem
realizadas em Raw.
Foi
lançada recentemente a versão beta 4.2.6.
Eu confesso que ainda preciso atualizar. Estou com a versão 4.2.2. E
achando ótimo... Recentemente tive problemas com a versão 4.2.4 que se recusava
a salvar o arquivo final depois do processo de stacking ser concluído. Aqui você tem um histórico e acesso as
diversas versões:
http://deepskystacker.free.fr/english/ReleaseNotes.htm
E aqui você pode conseguir baixar
as mais recentes:
Recentemente
apareceu o Sequator para competir com o DSS. Usei pouco o Sequator. Me pareceu
que as imagens terminam com mais saturação de cor. Puxa um pouco para o magenta.
Por fim o output do mesmo só sai em 16 bits. Acho que isso encerra a questão. O
Sequator é mais fácil para o iniciante. Para astrofotografia o DSS ainda é
melhor.
Quando
partimos para edição eu utilizo atualmente o PixInSight 1.8. É uma ferramenta
poderosa para se “esticar” as fotos e possui uma ferramenta de auto extração do
gradiente de fundo fundamental. Quase dispensa o uso de dark frames (embora
ache melhor utilizá-los no stacking...). É um programa caro e como possui muitos
recursos tem uma curva de aprendizado longa. Mas é certamente o melhor editor
de astrofotografia que conheço. Classifico
minhas fotos em AP e DP. Antes e depois do PixInsight. Este realiza stacking
também. Fiz uma única vez. É extremamente trabalhoso e é preciso “fabricar”
diversos arquivos em fits para se utilizar todo o seu potencial. Quase todos os recursos do mesmo você pode
conseguir utilizando o PhotoShop. Mas como é um programa dedicado a
astrofotografia o uso de mascaras nele é muito mais simples que utilizando o
concorrente da adobe. Extrair a máscara
de luminância é muito fácil e um passo fundamental no pós processamento.
Não
é um programa para computadores pangarés.
Existe
o Fitswork. Já usei muito antes de ter o Pix. É gratuito. A comparação é
simples. É como usar o Gimp ou o Photoshop.
Tem os recursos ..., mas é mais difícil de usar e não tão poderoso.
O Pix ainda
tem uma versão gratuita, sem todos os recursos. Mas é boa... o PixInsight LE. Atualmente é possível se obter cópias piratas
do 1.8. Mas prepare-se para lutar contra malwares e ter um bom conhecimento de informática
para fazer o bruto rodar... Não colabore com a pirataria.
Estou
louco para utilizar o Astro Pixel Processor. Parece ser um concorrente a altura
do PixInsight. Mas ainda não testei.
Outro
poderoso e Multifunções é o Maxim DL. Nos tempos que comecei a levar astronomia
a sério ele era o bam bam bam. Mas há tempos que não escuto falar do mesmo. Caro,
complicado e poderoso. Ele permite desde controlar o telescópio, a câmera e
ainda fazer o stacking e a edição das fotos. Com ferramentas inimagináveis. Consegui
utilizar a versão trial por um tempo. há muito tempo atrás. Não me entendi bem
com o programa. Uma curva de aprendizagem longa e demorada. Coisa para
observatórios mais profissionais que o A Stonehenge dos Pobres.
https://diffractionlimited.com/product/maxim-dl/
Outro
bom programa para capturas é o APT. Astrophotography tolls. Mas acabei substituindo o mesmo por um
disparador remoto para minha câmera. Nele posso fazer tudo que fazia no APT. Determinar
o numero de frames a serem capturados, a velocidade do obturador, o intervalo
entre as fotos, o ISSO e etc. E não preciso expor meu lap top ao sereno.
Equipamento bom e barato. Fundamental eu diria.
Não
vou nem falar do Photoshop. Ele é a cereja do bolo. E um programa que você deve
ter para o acabamento pós PixInsight. Além de que é um editor para suas fotos
em geral. Sua contrapartida gratuita é o GIMP. Bom editor. Mas bem menos amigável...
Recentemente a Fix The Photo lançou uma lista com o s melhores programas para astrofotografia. Fiquei muito curioso sobre o SIRI L. vou testar. Aqui o artigo:
Qdo eu começar com astrofotos, vou querer uma " consultoria"!
ResponderExcluirBoa explicaçao! Onde encontrar suas fotos celestes?
É só entrar em contato aqui pelo Blog ou procurar pelo Nuncius no FB. As fotos vc pode ver aqui ou clicar no link Galeria de Fotos no canto direito do Blog. abç.
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