Ngc 2264 é conhecido como o “Aglomerado
da Arvore de Natal”. É um dos mais evidentes (claramente perceptível a olho
nu) DSO`s da apagada constelação de Monoceros (O Unicórnio). A constelação não se destaca por estrela
brilhantes e é mais facilmente percebida como um buraco escuro cercado por Orion,
O Cão Maior, Procion (Alfa Canis Minor) e Gêmeos. O que a constelação não
apresenta em estrela brilhantes ela compensa com aglomerados abertos e nébulas
sensacionais.
Sendo
facilmente percebido a olho nu é curioso que o aglomerado tenha esperado por
William Herschel para ser registrado na noite de 18 de janeiro de 1874. E em
1875 ele notou a nebulosidade envolvida no conjunto. Sob o mesmo número de 2264
o New General Catalog reúne tanto o aglomerado aberto como a nebulosa escura
chamada de nebulosa do Cone.
Como
nos conta S.E. Dahm em seu estudo publicado em 2008 “The Young Cluster and star
forming region of NGC 2264” o elemento é um aglomerado galáctico muito novo e componente
dominante da Associação OB1 Mon. Localizado a aproximadamente 760 parsec é
dentro do braço espiral local. O aglomerado está hierarquicamente estruturado (isso
é bem evidente na foto analisada no Astrometry abaixo) com sub-aglomerados de
membros suspeitos que se espalham ao longo de vários parsecs. Associado com o
aglomerado está uma extensa nuvem molecular. O complexo se espalha por mais de
2o de céu. Forte formação estelar está ocorrendo na região e é
evidenciada pela presença de numerosos aglomerados de proto estrelas encrustados,
derramamentos moleculares e Objetos Herbig-Haro. Sua população estelar é
dominada pela estrela múltipla O7 V, S Mon, e várias dúzias de estrelas do tipo
B com zero anos de idade na sequência principal. Através de diferentes tipos de
levantamentos já foram identificados mais de 600 membros de massa baixa e
intermediaria distribuídos através do complexo de nuvens moleculares e mais densamente
concentrados na região entre S Mon e a Cone Nebula. A estimativa para o total de sua população
estelar chega quase a 1000 membros alguns levantamentos fotométricos
identificaram 230 candidatos de massa sub estelar. A idade média de Ngc 2264 é de 3 Milhões de
anos. Isso faria o aglomerado contemporâneo
do movimento tectônico que criou o Mar Morto e assistiu a Lucy se levantar e
caminhar sobre duas pernas na Planície de Laetoli no norte da Tanzânia.
O´Meara
em seu Hidden Secrets diz que há especulações que os membros mais antigos
talvez atinjam 30 milhões de anos (atualmente isto é considerado, quase, carta
fora do baralho). E que nesse caso estes viram os primeiro Beija Flores tomarem
néctar nas flores da Terra.
Embora
minha captura fotográfica não destaque muito a Nebulosa do Cone que é descrita
por mesmo O´Meara como uma estalagmite de mataria escura que se estica por 7
anos luz, a foto do Hubble faz bem o serviço. Robert Burnham Jr. no seu mais que clássico Handbook nos diz que
se os antigos tivessem conhecimento de tamanha maravilha teriam chamada a
nebulosa (Cone) por nada menos que o “Trono de Deus”. Aqui, como na Grande
Nebulosa de Orion, até o observador moderno é tocado pela estranha sensação de
estar sendo apresentado ao drama da Criação.
Ngc
2264 é muitas vezes negligenciado devido a sua proximidade com a mais famosa (e
de nebulosidade mais facilmente percebida) Nebulosa da Roseta. Mas eu aviso aos
amigos que é uma briga de cachorro grande. Ou de homens fortes. Daquelas que não
se aparta. Se aposta...
Localizar
A Arvore de Natal em locais escuros é bem fácil.
S Mon ou 15 Monocerotis são a mesma pessoa e facilmente percebidas a
olho nu. Mas se tiver que navegar até elas em regiões de extrema poluição luminosa
você pode partir de Gama e Xi Geminorum com 2 e 3ª Magnitude, nos pés dos gêmeos
e dar seus pulinhos até Ngc 2264. O objeto é um dos 400 de Herschel e um dos
mais fáceis da lista. Será percebido
maravilhosamente com um binoculo 10X50 e as coisas só melhoram com mais poder
de fogo. A Nebulosidade ao redor é tarefa para céus mais escuros e mais amiga
de CMOS e CCD´s que da retina. O Próprio Herschel na noite de 26 de dezembro de
1785 (um dia atrasado para o nome mais famoso do aglomerado entrar para a minha
coleção de coincidências de Adams) nos diz: “É envolto (falando do aglomerado) em
nebulosidade muito tênue que perde a si mesma na imperceptibilidade...
A
nebulosa do Cone é alvo para fotos ou telescópios de pelo menos 250 mm. Mesmo assim
será discreta e com toda nebulosa escura e um objeto difícil visualmente.
Já
S Mon será dada. E sua cor vai ser percebida diferentemente por cada um. Eu a
acho branca neve. Mas há registros de “a estrela mais azul que se pode ver” e o
Admiral Smyth fala em um “tom de verde” ...
Ngc
2644 é um espetáculo dentre os espetáculos de Monoceros e um alvo bem no espírito
das festas de Fim de Ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário