Continuando a Saga Lacaille pela constelação
de Escorpião hoje vou apresentar um dos aglomerados abertos que mais gosto.
Quando comecei a observar seu formato inequívoco já me era conhecido de
diversas fotografias. Desta forma fiquei
atônito quando o observei de verdade e
realmente a primeira coisa que me veio a mente foi mesmo uma borboleta. Não
qualquer borboleta mas um membro da familia das Papilionidae.
Esta apresentam aquele formato caracteristico das rabetas de prancha de surf
biquilhas que eram a febre na minha adolescência. Swallow-Tail. Depois de um
pouco de pesquisa cheguei a conclusão que fosse o Aglomerado da Borboleta um verdadeiro
panapanã , um artrópode , inseto e
habitante da Terra ele seria uma Maculina
Alcon . Um amigo taxinomista
insiste que seria uma Ornithoptera Priamus Euphorion mas a cor
amarelada desta parece-me destoar muito do parente celestial.
M 6 é o nome popular dado ao nosso
aglomerado. Conhecido como um esfuminho cósmico na cauda do Escorpião desde a
antiguidade este é um dos DSO´s mais conhecidos de todos os céus. Burnham
propõe que ele tenha sido observado por Ptolomeu assim como M7. Mas é
discutível que o astrônomo alexandrino tenha
observado. A primeira descrição acima de qualquer suspeita foi realizada
antes de 1654 por Hodierna mas como o s trabalhos deste ficaram desaparecidos
por séculos e apenas foram redescobertos nos anos de 1980 seu registro ficou a
cargo de M. de Cheséaux quando o descreveu como " um bem interessante
aglomerado de estrelas" em 1745-46. Nosso herói Lacaille o inclui em seu
catalogo entre 1751-52 como Lac III.12 e
foi muito mais falador do que lhe era
habito: " um peculiar aglomerado de pequenas estrelas , dispostas em três
bandas paralelas formando um losango com 20 a 25 de diâmetro e preenchido com
nebulosidade". E finalmente Messier
o inclui em seu famoso catalogo de objetos a não serem observados e sendo sua 6a entrada garantiu seu nome para posteridade
como M 6 . Em seu catalogo ele nos deixa este registro: " Aglomerado de
tênues estrelas entre o arco de Sagitário e a cauda do Escorpião. Para a vista desarmada ele se apresenta como
uma nebulosa sem estrelas mas mesmo o mais modesto dos instrumentos revela tratar-se
de um aglomerado de estrelas" . Parece que
primeiro a perceber seu obvio formato ( ou pelo menos registra-lo) foi
Burnham : "... um charmoso grupo cujo a forma lembra uma borboleta com
asas abertas."
Localizado a cerca de 4o
da subgigante azul Lambda Scorpio na cauda do Escorpião e um ´pouco ao norte de
M7 seu esfuminho é facilmente percebido mesmo em noites de lua. Juntamente com M7 e M8 nosso aglomerado forma
uma das areas mais brilhantes no rio galáctico. Todos habitam em direção a
centro galáctico e M6 é certamente o DSSO visível a olho nu mais próximo do
coração de nossa galaxia.
M 6 esta a aproximadamente 1600 anos
luz de nós e a maioria de suas estrelas é marcada por ma tonalidade branco
azulada e são do classe espectral B e ainda estão na sequência principal. Uma
notável excessão é a Variavel BM Scorpii que destaca-se dos demais membros no corpo
da Borboleta pela sua coloração claramente alaranjada. Com sua magnitude
variando entre 5.5 e 7 ela já foi percebida a olho nu por astrônomos com visão
privilegiada. è um grande deito para uma estrela a mais de 1500 anos luz...
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Embora existe algum debate sobre a
idade do aglomerado as gigantes ainda não evoluídas me levam a acreditar em
idades mais juvenis. O Sky Catalog 2000.0 atribui meros 51 milhões de anos. Já
Burnham e a pagina da webda oscilam entre 100 e 95 milhões de anos.
M 6 é um espetáculo com quase
qualquer instrumento ótico. Mas em binóculos comuns não se chega a perceber
claramente seu formato peculiar. assim acho que é um alvo telescópico. Mas
mesmo aumento de pouco mais que 25 X já revelam seu segredo e garantem perceber
o colorido de BM Scorpii.
È
um DSO clássico e que deve ser visitado por todo e qualquer astrônomo que
passear pela região de escorpião durante o inverno que se aproxima.
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